(imagem - web)
Por J. L. Rocha do Nascimento
A LEITORA
Foi intenso. Começou quando ele faz conjecturas acerca da cor dos seios e o efeito da luz fosca incidindo sobre eles. Na cena do beijo, meus lábios já se sentiram mordidos. Senti-me como ela, enredada numa teia de desejos e fantasias. Ondas de calor começaram a atravessar meu corpo, da cabeça aos pés. Incendiei-me. Nunca ficara tão excitada assim. Antes, apenas a música do Chico tinha essa força. Quando ele descreve o momento em que ela se mostra como veio ao mundo, a freqüência entre as contrações aumentou. Impressionante as semelhanças. A cor da pele, a expressão dos olhos, as ancas generosas denunciando o sangue negro, o tamanho dos seios, nem tanto, mas os meus também são morenos e suas extremidades ficaram enrugadas quando ele os toca levemente com a ponta da língua para depois envolvê-los por completo, como quem leva à boca uma manga-de-bico, e, em seguida, passa a degustá-los sem nenhuma pressa.
Mas nada se compara com o momento em que, com as pontas dos dedos, com as mãos e com os olhos, ele troteia ao longo do corpo nu e estendido.
Quando me toquei, percebi que estava molhada, mais que isso, um rio que descia lentamente azeitava minhas pernas.
E quando finalmente veio a cena da espada de fogo e de como ela rasga aquele ventre, a minha vontade foi a de entregar-me incondicionalmente. De ser golpeada. De ser aquela personagem.
Mas nada se compara com o momento em que, com as pontas dos dedos, com as mãos e com os olhos, ele troteia ao longo do corpo nu e estendido.
Quando me toquei, percebi que estava molhada, mais que isso, um rio que descia lentamente azeitava minhas pernas.
E quando finalmente veio a cena da espada de fogo e de como ela rasga aquele ventre, a minha vontade foi a de entregar-me incondicionalmente. De ser golpeada. De ser aquela personagem.
Texto extraído do blog confraria tarântula. Lá postado na quarta-feira, 11 de agosto de 2010.
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