sábado, 28 de agosto de 2010

Poesia de todo dia

Duelo II


Entre frincha da janela
um olho treme
testemunha a noite fria

Entre estatuetas e molduras de santos
lamparina bruxuleando
mãos cansadas executam o terço

Na porta da sala:
-- Sai daí, homem de Deus.
-- Vai dormir, mulher do diabo.

Um tiro soa na noite
Outro...
(de misericórdia?)

E o silêncio
tomba no vazio.


F Wilson

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