(Av. Frei Serafim - Foto sem crédito)
O ALGEBRISTA --- Ato III
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(Airton Sampaio)
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Acordei zonzo, talvez borboleta depois de lagarta e antes, só um pouco antes, do primeiro voo. À minha frente não o Mestre, autor da tese Os Quatérnios ou quatro contistas modernos na linha do equador. Nua, ei-la: Octaedra. Pensei, naquela terrível tarde de domingo, que nunca mais a-veria, a Octa.
--- Octa não, Paola.
E agora ela ali, nua! Senti-me queimar por dentro e o pau o-aconcheguei com a mão, como de costume. Nada? Sim, nada! Eu, Gregório Py, e ela, vá lá, Paola, ambos sem sexo. Mas e a quentura, a nossa? Só o Mestre me-esclareceria, porém terás que esperar, pois o Algebrista execrável rodeado está agora de números e equações complexos e, quando assim, o silêncio dEle é retumbante, ela disse, e uma mulher, quando quer, ensina tudo, ela arrematou, e então se-aproxima, então me-enlaça e quanto mais nos-apertamos o fogo mais nos-queima por dentro e, depois do infinitincêndio, vamos esfriando, esfriando, esfriando...
--- É assim aqui, Gregório.
Pronto. Era assim aqui! Nem mais carecia de incomodar o execrável Algebrista, Mestre ele o meu, autor de universitárias teses.
--- E aqui é onde, Octa, quer dizer, Paola?Até amanhã. Até, eu respondi, e ela foi sumindo, sumindo, sumindo... Paola?
--- Uma libélula, Py, você.--- Não mais lagarta?
--- Libélula, Fortunato, agora.Porra, e essa voz? De quem era mesmo a porra dessa voz esférica? É do geômetra, hem, Paola, é dEle essa voz, em espiral?
--- Greg...
--- Quatérnia!
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Extraído do Blog Confraria Tarântula.
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