sábado, 17 de julho de 2010
Valéria Tarelho
Há algum tempo, iniciei uma série de poemas de quatro patas, pelos, unhas afiadas; uns com manha, malícia, astúcia; outros mais ariscos, selvagens [ou quase isso].
Eis três "demos" dessa série [ainda sem nome, sem fim, sem pretensão de sair do campo das ideias. ao menos por enquanto]:
1
na ânsia do en_
lace dá-se
alucinante lance
passos de dança
lasso-lancinante
compasso de espera
cadência que oscila
assanha a cena
amansa a estreia
[estranha
entrega/trégua]
soletra-se
com pressa & pausa
cada sílaba suada
da "sonolépida" cilada
[a corte
pega & paga :
seu preço seu press_
ágio]
premissas de pos_
se ágil
domínio
de iris em iris in_
domada
[olh]
ares de fera o_
dores de cio
anunciam
:
núpcias em um p_
iscar de cílios
pinta
um clima[x]
na [verde em folha]
relva
no virgem ringue
aflora
o rala e rola dos linces
2
nuca ao alcance
das presas prontas
unhas de pressa
pretas patas práticas
fome indócil
tatuando no dorso
o indício da posse
perceba [& print]
a seiva do poema
em plena selva
imite [& do it]
a pegada firme
das panteras
3
a língua domesticada
estirada lambe
[lava lava lava]
lânguida preguiça [áspera]
aplica a seco
um banho de ideias úmidas
ao longo do pelo
asseio que bisa bisa bisa
reprisa tédio
visa assédio
voyeuse do auto-zelo
a lua [em fase de vírgula]
vela o palco do luto enlace
à alta madrugada
um bando de gatos [à míngua]
são alvos
de gatas bandidas
valéria tarelho
*ingerir ao som de "gata todo dia", com marina lima"
**publicado em primeira mão no Poema Dia, aos 14.05.09
Texto e ilustração extraídos do blog texturas.
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