segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Tempo de poesia

(foto encontrada na net - sem crédito)

súplica

tenho dois olhos
[mudos ]
que se recusam
a ver o óbvio

uma boca
[cega]
que se nega
a dizer adeus

um coração
que pensa
uma cabeça
que pulsa

e estas mãos
[descalças]
ajoelhadas
a teus pés

poema: valéria tarelho

Extraído do blog textura (www.valeriatarelho.blogspot.com)

Concretismo


Ada Prieto
Narcisismo - Ada Prieto. Ribeirão Preto,SP - Brasil
Extraído do blog: www.poemavisual.com.br

domingo, 28 de setembro de 2008

Cruzadas


.................................P..E..N..T..E
............................D..E..
N..T..E...
.................................N..
A..M..E..N..T..E
.................................S..A..L
...............
............................N..A..
C..A..R..N..E
L..E..V..A..N..T..A..M..E..N..T..O
............................D..
E
.S..E..N..T..I..M..E..N..
T..O
....................S..E..N..T..
E..N..Ç..A
....D..O..T..E..M..P..O

sábado, 27 de setembro de 2008

Na sala de aula

A FLOR NA CALÇADA

A flor tinha nascido na calçada da escola, entre o meio-fio e o asfalto, dentro de uma rachadura coberta de lodo e alimentada pela água que corria no esgoto. Todos os dias, pela manhã, na entrada e na saída da escola, nós íamos conversar com ela, eu, o Juca e a Clarice. Aquelas visitas à flor eram discretas, só depois que os alunos tivessem entrado na escola e que a rua já estivesse razoavelmente normalizada de transeuntes e de pais de alunos com seus carros exibicionista-mal-educados.
Havíamos descoberto a flor uma semana atrás. A gente vinha caminhado e eu me agachei para ver melhor aquela carinha simpática, amarelada, pálida. Logo a Clarice ficou comovida.
-- O que você faz aí, criatura?
O caule era uma finura de dez centímetros de altura e se curvava ao peso das pétalas. Parecia quebrar-se a qualquer ventinho. Já se passava uma semana que a gente pensava na situação dela. Aí o Juca falou.
-- Ou a gente salva ela ou deixa aí morrer de vez.
-- Não fala assim, Juca, ela pode ouvir, disse Clarice.
-- Ela tá aumentando de tamanho, os adultos e os carros já podem enxergá-la, acho que não passa de amanhã. Juca terminou de falar e uma gota caiu de uma de suas pétalas.
-- Tá vendo...
-- Que coisa, florzinha, vai nascer logo aí! Eu disse e ela baixou a cabeça, não queria nos dar preocupação.
-- O portão vai fechar, vamos, na saída a gente resolve.

Na hora do recreio combinamos estratégias de proteção para a flor. Aquilo estava nos deixando encabulados. Que espécie de estudante era nós que não encontrava solução para o caso de uma florzinha no meio da rua?
-- O problema é justamente esse, disse o Juca, é ela ser uma florzinha. Ninguém vai entender nossa preocupação com uma zé ninguém.
-- Podemos protegê-la cercando-a com uma grade de madeira. Sugeriu Clarice.
-- A diretora vai alegar que atrapalha o trânsito e tira uma vaga de estacionar, falei, precisamos ser realistas.
-- Fazemos uma campanha em defesa da natureza, sensibilizamos alunos, professores, diretores, zeladores, todo mundo.
Falei que fazer esse tipo de propaganda era suicídio, os “malas” da escola seriam os primeiros a pisar na flor.
Quando bateu a campainha de saída o Juca nos reuniu para dizer que já tinha providenciado tudo. Ele arranjara um punção ( era um pedaço de ferro pontiagudo ) e um pequeno martelo. Era o único jeito. A gente ia esperar a rua esvaziar – tava uma sol de matar àquela hora de setembro em Teresina.
-- Quebro a beirada da calçada e tiramos a flor. Fazemos a muda enfiando ela no jardim da escola. Conversei escondido com Seu Manuel, o jardineiro, foi ele quem me emprestou os ferros, na condição de deixá-lo fora da história.
Concordamos e fomos correndo ansiosos pelos corredores da escola em direção à saída. Lá fora uma amontoado de gente, guardas de trânsito, professores e muitos curiosos em torno de um acidente.
Havia dois carros batidos. Na colisão um deles, todo amassado, subiu a calçada da escola e bateu o pára-choque na parede.
-- Ainda bem que ninguém saiu ferido, as pessoas falavam.
Olhamo-nos. Clarice baixou a cabeça, parecia chorar. O Juca enfiou a cara embaixo do carro.
-- Acabou, o pneu do carro a esmagou.
Vi o aceno do Juca indo para casa, depois a mãe de Clarice conduzindo-a para o carro. Fiquei mais um pouco ali acompanhado os homens empurrarem os carros para descongestionar o trânsito. O carro que estava na calçada estava sendo rebocado. A calçada ficou quase vazia.
Olhei o local da florzinha. Onde era verde do lodo estava vermelho da cor de sangue. Olhei mais de perto. Dava para ver um filete de líquido avermelhado escorrer pelo esgoto. Peguei a caneta bic da mochila, tirei a bombinha de tinta e recolhi o líquido que escorria. O canudinho da caneta ficou cheio. Tampei a extremidade com rolinho de papel. Olhei as poucas pessoas que ainda estavam no local. Ninguém ia dar atenção a uma menina futucando a calçada.
O jardim da escola ficava do outro lado e estava uma sombra agradável. Foi lá onde derramei o líquido da caneta. Depois fui andando para casa.
Na manhã do dia seguinte passei no jardim. Duas pequeninas flores amarelas brincavam no canteiro, quando acenaram e sorriram para mim.

Francisco Wilson

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Calcinha

Todo bem que faz uma calcinha
(Por David Coimbra)
As mulheres passaram milênios sem calcinha. Desde os albores da civilização, há pouco mais de 80 séculos, foram pelo menos 75 que elas viveram desprovidas dessa fundamental peça do vestuário, acarretando algum constrangimento na hora de cruzar as pernas, além de grave risco de resfriados.
Havia também desconforto para as amantes da equitação — no momento de montar à amazona, firmando um pé no estribo e passando a outra perna por cima da sela, as moças ofereciam um revelador e aprazível espetáculo para os rapazes da época. Assim, na pudica Idade Média foi inventada uma cadeirinha de madeira que era afixada no lombo do cavalo. As moças se viam alçadas até a cadeira e cavalgavam dessa forma, de ladinho.
Lógico, a solução mais prática seria o uso de calças, mas essa não era uma boa idéia. Os medievos viviam cheios de preconceitos e regras, algumas delas acerca das roupas femininas. Calças eram proibidas às mulheres e uma das que tentou vesti-las, a jovem Joana D’Arc, terminou seus dias amarrada em um poste e queimada numa fogueira, algo que quase todas as mulheres de então consideravam muito chato.
A vida continuou assim, nada parecia mudar na sombria Idade Média, até que Catarina de Médicis deixou a Itália para se tornar rainha da França. Catarina adorava cavalgar, em seus tempos de donzela de família rica, em Florença, parecia a versão feminina do Centauro. Mas, como rainha, havia de ter novos cuidados.
Para continuar montando à vontade sem que os vassalos antevissem as intimidades mais profundas da realeza, Catarina bolou uma espécie de calçola diminuta, peça que nada tinha a ver com as calças masculinas, mas que cobria as partes pudendas a contento.
Estava inventada a calcinha. Suprema invenção.
“se a calcinha trouxe benefícios às mulheres, bem mais trouxe para os homens”
As súditas, vendo as particularidades de sua soberana protegidas com tamanho aconchego, apreciaram a novidade e a adotaram com entusiasmo. Depois, numa atitude bem peculiar das francesas, passaram a empreender melhoramentos na invenção. Subtraíram nacos de pano daqui e dali, costuraram um adereço acolá, transformaram a calcinha, mais do que numa peça de roupa, num adereço.
Agora, se a calcinha trouxe benefícios às mulheres, bem mais trouxe para os homens. Porque, a partir daí, os homens passaram a ter o indizível prazer de tirar calcinha. As mulheres talvez não consigam compreender esse que é um dos momentos mais felizes da vida de um homem — quando ele, pela primeira vez, tira a calcinha de uma mulher há muito desejada. Diversos dos meus amigos afirmam que tirar a calcinha da mulher amada é melhor até do que o sexo subseqüente. Porque tirar a calcinha equivale a vencer as últimas resistências, a derrubar com um aríete as portas da cidadela sitiada.
Lá está aquela mulher cobiçada e linda, que seus amigos queriam, que seu chefe queria, que você sempre quis, e você prende as alças da minúscula calcinha dela entre os indicadores e os polegares, vai baixando a calcinha, baixando, baixando, e sorri, e olha para o teto, e pensa: obrigado, Senhor!
Calcinhas de lacinhos. Gosto muito.
Essa a emoção de baixar uma calcinha. Emoção que as mulheres jamais compreenderão. O sutiã. Elas cogitam muito do sutiã. E, claro, o sutiã tem o seu valor. Sobretudo o plec. É uma alegria, quando o sutiã faz plec!, ao se abrir. Mas o sutiã é meio complicado, vez em quando hostil, quando não inviolável. Além do mais, quem precisa de um sutiã aberto?
A calcinha, não. A calcinha, sendo retirada, representa o tesouro sendo desvelado. Representa a visão da Terra Prometida.
Vocês, mulheres, entenderam enfim o que significa, para nós homens, tirar a calcinha da amada?
Certo, agora, homens e mulheres pensem em Henrique. Foi ele, Henrique II, o primeiro homem do planeta a baixar uma calcinha. Porque Henrique II era o rei da França, marido de Catarina. Logo, coube a ele o privilégio de executar o primeiro baixamento de calcinha da História da Humanidade.
Que momento! Que homem feliz!
Mesmo tendo ele morrido da forma que morreu, com uma daquelas lançonas medievais espetada no olho, numa agonia lenta de 10 dias de duração, mesmo tendo sofrido morte tão terrível, acredito que, no derradeiro suspiro, Henrique possa ter lembrado do doce instante no qual baixou a mãe de todas as calcinhas e, então, Henrique compreendeu que sua vida teve um sentido.
E sorriu.

David Coimbra nasceu em Porto Alegre há 46 anos. Depois de trabalhar em mais de 10 redações do sul do Brasil, hoje é editor executivo de Esportes e colunista de Zero Hora, além de comentarista da TVCOM.
Retirado do blog: www.papodehomem.com.br

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Wild 'T' - "Love Crazy" (1991)

Primeiro disco de Wild 'T'. Com certeza esse músico negro tomou apenas emprestado algumas fórmulas blues para empregá-las a seu modo, reinventando diabolicamente as distorções da guitarra do velho Hendrix.
Baixar pelo link:
Não há senha.

DIADIA

colírio
ou gotas
de delírio?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

DIADIA

ELEIÇÕES 2008
ARISQUE
OU
VOTE NO

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Wild 'T' & The Spirit - "Fender Bender"



Wild T, uma guitarra cheia de versatilidade, encontrando natural ressonância no hard/blues/rhythm & blues. Sensibilidade musical que se desdobra em longos solos. Lembra, sim, Jimi Hendrix, do ponto de vista técnico, ao arrastar uma nota em inúmeros metros de cordas metálicas.
Wild ‘T’ é canadense (mas natural de Trinidad). Primeiro disco “Love Crazy” (1991), outro “Givin Blood”(1993). Ganhou todos os prêmios no Canadá, concorrendo ao Grammy(EUA). Participou de gravações com David Bowie, Jeff Healey, Johnny Winter e Yngwie Mallmsteen.
“Fender Bender” é seu último trabalho. Confiram baixando.
O link é do blog:
http://www.gravetos-berlotas.blogspot.com/
Não há senha.
http://rapidshare.com/files/147678884/Wild_T___The_Spirit_-_Fender_Bender.rar

DIADIA

Use o volume máximo
da lei do silêncio
para ensurdecer
a ignorância do barulho

domingo, 21 de setembro de 2008

Na sala de aula

(foto sem crédito)
Anatomia humana

“Acordo com a sensação de ter sido
ofendida, ferida, ultrajada em algum
momento do dia de ontem”. (Alberto
Moravia - O Cinto in A Coisa)

O professor Juliano adentrou a sala tropeçando na aula. A turma já aguardava a atrapalhada do dia. Nesse ele deixou cair gigantescos canudos de cartazes pelo chão da sala, foi a palhaçada dos primeiros minutos. Ele era assim, como professor iniciante: atrapalhado ou excitado para iniciar a aula. Um dos cartazes que caiu se abriu ainda no chão e flagramos horrorizadas a figura cabeluda. Os idiotas dos meninos, como de praxe, sorriam ajumentadamente. Logo o professor botou ordem na casa, e ele tinha moral: em vez de gritar com a turma ele batia continência, ao estilo dos militares. E todos nós logo posicionávamos a mão na testa em respeito à hierarquia - ao capitão Juliano. Em seguida o deus do silêncio nos orientava para a aula.
Ficamos ansiosos em ver os cartazes. O professor Juliano era apaixonado por ciências, gostava de mostrar coisas novas para a turma. E a empolgação dele era movida por límpidos olhares pré-adolescentes à espera de algo assombroso que só a ciência nos deixava naquela estado. Pelo que vimos incidentalmente, na queda do cartaz, era algo que considerávamos vergonhoso.
- A curiosidade sobe o muro da vergonha, disse o professor, subindo na cadeira e colando os cartazes no quadro.
Em silêncio vimos, pela primeira vez, os órgãos genitais feminino e masculino expostos abertamente, em várias dimensões. O que mais assustava era o que mostrava a entrada da vagina. O desenho de uma mulher de pernas abertas. Pelo modo como os meninos olhavam parecia que todos desejavam entrar ali. Deve ser quente lá dentro, murmurou Carlinhos; professor saliente, comentavam algumas meninas; risinhos incontroláveis quebravam o momento. Entre olhares a gente reprovava a quantidade de pêlos que colocaram nos desenhos. Só o Ricardo falou.
- O papai e a mamãe têm monte de pêlos assim.
Caímos na gargalhada. O professor pediu calma. Explicou que era aula de anatomia humana, de reprodução humana.
Na saída minha amiga Débora comentou: um professor tão bonito, mas tão saliente.


Terminei a última aula cansada. Era meio-dia. Sentei-me no banquinho rotineiro na pracinha da escola, esperando as crianças. Àquela hora era muito barulho, meninos, meninas e adolescentes esperavam os pais correndo e brincando a idade. Minhas esperas nunca eram dolorosas porque eu sempre carregava um livro de poesia na bolsa. E aquele momento nunca se tornava rotineiro porque eu via as crianças alternando suas brincadeiras. Eu tinha um olho no livro e o outro na geração que se movimentava. O Toninho chegou primeiro, ofegante, quase não conseguia falar.
- Mãe, a Fabiana tá assistindo filme de mulher pelada!
- Hã!? – (criança fala cada uma). Como professora, aprendi disfarçar naturalidade diante de certas “verdades” infantis.
- É, o professor tá passando no data-show filme de mulher nua, toda cabeludona!
- Fala baixo, quem é o professor?
- É o papai!
- Ah! Olha, vem cá, benzinho, o seu pai é professor de anatomia humana, de reprodução humana...


francisco wilson

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Poe...


Duelo

O cenário é de lua cheia
Envolta em tormentas nuvens negras
O ponteiro do relógio suspenso
O tempo ausente

A rua, a praça
Jurados
Leis de massa
Duelo entre Deus e o Diabo

Pares de botas sopram
Poeira de silêncio
Pares de olhos espreitam
Morte em silêncio

Dois homens
Uma distância
(bem... mau... bem... mau...)
Bem!

As casas suspiram
O vento segue seu caminho
Na rua o homem ajoelha
Sobre o outro pergunta por quê?

francisco wilson

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Lez Zeppelin


Quatro super-gatas fazendo cover do Led Zeppelin. Som pesado, acrescentando no palco a sensualidade feminina. A qualidade do som não fica nada a desejar, pois essas meninas tem criatividade para gravar cd usando seu próprio repertório.
Lisa Brigantino - Bass, keyboard
Helen Destroy - drums
Steph Paynes - guitar
Baixar pelo link do blog Masterpiece
Não há senha no pw

Richard "Rick" William Wright (1943 - 2008)


Entrou para a escola particular Harberdashers, e aos 17 anos foi para a Escola de Arquitetura. Lá conheceu o baixista Roger Waters e o baterista Nick Mason. Fizeram um grupo na faculdade e escolheram seis meses depois Syd Barrett para a guitarra.
O único nascido em
Londres entre os integrantes do Pink Floyd, Richard Wright sempre foi o terceiro compositor e vocalista do grupo, tal como como George Harrison nos Beatles e John Entwistle no The Who.
Como compositor Wright contribuía com duas ou três músicas por álbum, ou colaborava na estruturação de obras coletivas como "Echoes" ou "Time".
Dark Side (1973) representa seu ápice no Pink Floyd: os teclados se equiparam a guitarra de Gilmour e cinco das dez música são de sua autoria. Em Wish You Were Here (1975), onde seus teclados estão onipresentes, Wright trouxe grandes contribuições para o álbum, sobretudo na suíte "Shine on you crazy diamond".
A partir do disco Animals (
1977) iniciou-se o processo de domínio do Pink Floyd por Roger Waters, apesar de neste disco Rick Wright ter realizado um competente trabalho no comando dos teclados da banda.
O sucesso começou a afetar as relações pessoais dentro do grupo. Trabalhos solo eram a única saída para os demais integrantes da banda e Wright realizou Wet Dream em
1978, acompanhado por Mel Collins (sax), Snowy Whithe (guitarra), Larry Steele (baixo) e Reg Isadore (bateria).
Quando os Floyd começaram a gravar
The Wall em 1979 Roger Waters tinha assumido o total controle da banda. Rick Wright foi afastado do processo de criação e concepção, o que culminou com sua expulsão da banda durante as gravações de The Wall, apesar de mais tarde participar dos shows.
Depois da saída do Pink Floyd, Wright juntou-se com Dave Harris no grupo chamado "Zee" e gravaram "Identity" em
1984.
O retorno de Wright ao Pink Floyd se deu em
1987, nas gravações de A Momentary Lapse Of Reason. Ele chegou no meio das gravações, ocasião em que não trouxe contribuição relevante para o álbum, mas participou da turnê mundial de promoção do disco.
Já em The Division Bell, Rick Wright voltou a participar ativamente do processo criativo, retomando-se a cooperação coletiva que se havia perdido nos
anos 70. Wright é co-autor de "Wearing The Inside Out" com Anthony Moore e das músicas "Cluster One", "What Do You Want From Me", "Marooned", e "Keep Talking" com David Gilmour.
Em
1996 Rick Wright lançou seu terceiro álbum, Broken China, gravada no estúdio da sua casa na França. Ele mesmo produziu o disco, junto com Anthony Moore, que também escreveu as letras. Foi mixado por James Guthrie. Participam deste álbum os guitarristas Tim Renwick, Dominic Miller e Steve Bolton, o baterista Manu Katche e o baixista Pino Palladino. E mais, Sinead O'Connor canta em duas faixas - "Reaching for the Rail" e "Breakthrough".
Apesar do papel coadjuvante, é quase consenso entre antigos fãs que os teclados de Richard Wright apresentavam-se como elemento fundamental para a constituição do som do Pink Floyd.
Morreu em sua casa em
Londres, em 15 de setembro de 2008, a informação foi revelada por um porta-voz do grupo, e em seguida, divulgada expressamente do web-site da banda. Wright estava com 65 anos e sofria de câncer.

Álbuns a solo de Richard Wright
Wet Dream (
1978)
Identity - sob o nome Zee, (com Dave Harris) (
1984)
Broken China (
1996)
(Texto: Wikipédia)

sábado, 13 de setembro de 2008

Tempo de poesia

vírus II

1
o pirata virtual está de volta
partiu-se a incubadora do diabo
destroços do chip
raios ensandecidos contaminam
produções, metas, projetos, arte, ciência
ao clique de todo mause

alertai-vos,
mercadores das metrópoles
protegeis vossos cobiçosos mares
capital, teu lucro veloz ameaçado
tu criaste esta vertente global
combate agora o efeito colateral
(ou te escondes, imoral)

e nós, mortais navegantes
da internet militantes
sob vento traiçoeiro
de corporações
banqueiros bandoleiros
sociedades inescrupulosas
nós, de nações pequenas
deletamos
ou adicionamos o pirata?
consorciamo-nos a essa empresa fatal?

terrorista virtual
mira o dedo no teclado
destroça
a audiência colossal
anti-cultural
big-bostal
global
animal
au, au, au!

2
perfeccionista da Criação:
sete dias para fazer o mundo
o homem é perfeição
capitalista da Civilização:
um dia para comprar o mundo
o dinheiro é inundação
terrorista da digitalização
meio segundo para mudar o mundo
o computador é encantação

deserdado
quem te ousa desafiar?
os bilhões do teu pai investem
na tua morte
os bilhões do teu pai se duplicam
vendendo o chip da tua morte

descendente maldito do inventor da roda
de onde vens?
qual o teu nome?
qual mente hermafrodita
cujos culhões inchados
te produziu?

francisco wilson

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A poesia é necessária


Vírus virtual

Vírus vira mundo
Hospedeiro do caos
Vaga na sombra
Transparência letal

Espirro mil contaminado
Asas de todos ares
Todos os mares
Trafegam vírus colossal

Silêncio parasito
Propagação virtual
Terra resfriada
Tragédia real

Vírus demente do mal
Sangue animal
Na web mundial
Apocalipse final

Francisco Wilson

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

J.J. CALE

O best-seller “1001 discos para ouvir antes de morrer” ignorou totalmente a música de J.J. Cale. Não anotaram uma linha sequer de um blues nutrido de ritmo lírico que quebra a resistência da melancolia.
Blues é mensagem, e a fala em Cale é em tom baixo. O solo da guitarra é o centro de uma espera mediando o antes e o depois, para finalizar em conforto da alma. Letra e guitarra associam poesia e música no mesmo tom.
O blues do Cale traz forte acento da música country, influência de suas origens, Oklahoma, EUA. De todos os discos que ouvi dele, garanto que há pouco jazz – algumas músicas, claro, se superam nos arranjos eloqüente dos sopros metálicos ou de um piano que lembra a agilidade do Oscar Peterson.
O best-seller citado enaltece o Dire Straits. Tudo bem até aí. Com personalidade muitos bons ouvidos podem dizer que Mark Knopfler é “discípulo” confesso de J.J. Cale. E que a banda inglesa é uma tempestade de sucesso soprada ainda no chão pelo vento suave do blues do Cale.
As mais conhecidas músicas de J.J. Cale foram gravadas por Eric Clapton. A sensibilidade artística do Clapton, no início dos anos 70, o levou a gravar “Cocaine”, single tocado nos primeiros lugares nas paradas americanas. Olhos do público se voltaram para o desconhecido autor daquele single. “After Midnight”, também gravada por Clapton, levou o público a caçar os discos de um compositor bucólico, que faz música dentro de uma moldura simples e sem enfeites, cuja pintura é de um horizonte musicalmente honesto, da qualidade clássica.
Bom, para quem não conhece J.J. Cale, só ouvindo. Como os discos dele não aparecem com freqüência (ou de jeito nenhum) por aqui, baixem o “The Anthology” (2 cd’s) que encontrei na net pelo link, abaixo. Caso encontrem originais por aí não pensem duas vezes.

Francisco Wilson


JJ Cale – “The Antology” ( Link: http://www.zinhof.blogspot.com/)

http://rapidshare.com/files/127248168/JJCAnywaytheWindBlows.part1.rar

http://rapidshare.com/files/127251434/JJCAnywaytheWindBlows.part2.rar

http://rapidshare.com/files/127254690/JJCAnywaytheWindBlows.part3.rar

http://rapidshare.com/files/127257254/JJCAnywaytheWindBlows.part4.rar