domingo, 27 de fevereiro de 2011

FRAmengo

("O Amigo da Onça" - desenho de Péricles de Andrade - Revista "O Cruzeiro")

Scrap para o amigo Hossimar, vascaíno. Em "A vingança vascaína".

(Conversa entre vascaínos, que framenguistas intrometidos franáticos não se metam na conversa de adultos, que framenguistas só sabem torcer, nunca entendem de futebol)
 
Seguinte, Hossimar, o FRAmengo é o FRAmengo, maior torcida do mundo, maior ANALFABETISMO do mundo!!!
F Wilson

Moacir Scliar

(Moacir Scliar - foto: Folha.com)
Folha.com

Corpo de Moacyr Scliar será enterrado na manhã de segunda-feira

O corpo do escritor gaúcho Moacyr Scliar será velado neste domingo (27), a partir das 14h, na Assembleia Legislativa do Rio Grande de Sul, em Porto Alegre. O sepultamento acontecerá na segunda-feira (28), às 11h, no Cemitério Israelita de Porto Alegre.
Scliar morreu por volta da 1h deste domingo, no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde estava internado, após sofrer um AVC.

Em comunicado oficial, a Academia Brasileira de Letras determina luto de três dias e o hasteamento a meio mastro da bandeira acadêmica.

Na semana que vem, a ABL realizará a Sessão da Saudade. Ao final do evento, será declarada a vaga aberta, inaugurando o processo sucessório. Scliar ocupada a cadeira nº 31 desde 2003.

CARREIRA

Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio.

Scliar ganhou diversos prêmios Jabuti. Em 2009, o romance "Manual da Paixão Solitária" foi eleito livro do ano. Ele também emplacou dois na categoria romance, "Sonhos Tropicais" (1993) e "A Mulher que Escreveu a Bíblia" (2000), e um na categoria contos, "O Olho Enigmático" (1988). Em 1980, ele venceu o prêmio de literatura da APCA por "O Centauro no Jardim".

Seus livros frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina e a vida da classe média.
A obra de Scliar já foi traduzida para doze idiomas.
. . .

E lá se vai mais um escritor brasileiro, Moacyr Scliar, que não conseguiu ver uma literatura perene no seu país, por conta da ignorância que grassa alimentada pela mídia inescrupulosa.

Questiono a mídia, a televisão, o jornal, a própria internet. Que grau de importância esses meios de comunicação dão a literatura e autores hoje? 

O autor morre e sim, a rede globo logo se anuncia, preconceituosa e  claudicante  quanto da perda de um artista brasileiro. Parece querer fazer emocionar um público que assiste às suas desmedidas diárias, em cujas hostes de auditórios televisivos são permitidos alguns silêncios hipócritas.      

Quantas vezes a rede globo festejou o público brasileiro com um novo livro lançado pela editora do autor?

Qual tempo a rede globo dedica na sua programação para falar de autores e literatura?

Quantos brasileiros veem o quanto a rede globo é nociva?

Quanto essa emissora quarentona (de uma vulgaridade vanguadista para o povo, mas sempre vislumbrando quadros da direita) fragilizou o povo brasileiro adoçando idéias que favoreciam à ditadura?

Quantos programas a rede globo fragiliza a mentalidade do público brasileiro em benefício aos interesses comerciais e políticos?

A rede globo, o maior ibope do país, cuja preocupação central - sabemos nós cidadãos conscientes de tal estado midiático - não está na formação cultural do cidadão brasileiro, uma emissora acoitando uma classe social discriminada, sedentarizando essa classe social discriminada, alienando essa classe social através de programas que alardam o atraso, a selvageria, a anulação do pensamento.

Eis-me aqui sem despedida, porque os livros de Moacyr Scliar ão de ressonar numa inserção popular, num movimento que fará banir o atraso intestinal, midiático que sofre o povo brasileiro.


F Wilson 


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Eita educação brasileira...

(Deputado Tiririca - foto: O Globo)
O Globo

Tiririca é escolhido para integrar a Comissão de Educação e Cultura da Câmara

RIO - O deputado federal Tiririca (PR-SP) foi escolhido para integrar a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. A informação foi confirmada nesta sexta-feira pelo líder do PR na Casa, Lincoln Portela (MG). A indicação será oficializada na manhã de quarta-feira, quando será eleito o presidente da comissão.

Segundo informações da assessoria de imprensa do humorista, foi ele próprio quem pediu para integrar a comissão como membro permanente. Tiririca também pediu para participar da Comissão de Turismo e Desporto, como suplente.
 
. . .
 
Nada de novo. A educação no Brasil sempre sempre foi discutida no circo mesmo, e os professores sempre tratados como palhaços. Só que agora colocaram um palhaço do outro lado, o que não dá pra contrabalancear.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

* O must do Carnaval


* Matéria extraída do blog Xinelão Stúdio do Frank

*Charge do Dia

 Charge do Lute para o jornal Hoje em Dia  24/02/2011

*Matéria extraída do Blog do Lute

sábado, 12 de fevereiro de 2011

50 Best Classic


50 Best is a new series--3-CD sets of music--featuring all genres of music, from symphonies, concertos, and solo instrumental works to chamber music, songs, and opera.

Disc: 1
1. Solomon HWV67: Sinfonia: The Arrival Of The Queen Of Sheba
2. The Four Seasons, Concerto No. 1 In E (La Primavera/ Spring) RV269 (Op. 8 No. 1): I. Allegro
3. Toccata And Fugue In D Minor BWV565: Toccata Wayne Marshall
4. Horn Concerto No. 4 In E Flat K495 (1988 Digital Remaster): III. Rondo (Allegro Vivace)
7. 'Ode To Joy' From Symphony No. 9 In D Minor 'Choral' Op.125
8. Piano Concerto In A Minor Op.16: I.Allegro Molto Moderato
9. Karelia Suite Op. 11 (2000 Digital Remaster): III. Alla Marcia
10. The Planets Op.32 (Jupiter, Concl.): Jupiter, The Bringer Of Jolity (Conclusion)
11. Piano Concerto No. 1 In B Flat Minor Op. 23 - I. Allegro Non Troppo E Molto Maestoso (Opening) (1994 Digital Remaster)
12. Finlandia - Symphonic Poem Op. 26 (2000 Digital Remaster)
13. Aida (1986 Digital Remaster): Triumphal Chorus & Grand March (Gloria All'Egitto)
14. Romeo And Juliet - Suites Nos.1 & 2, Suite No. 2, Op. 64 b: Montagues And Capulets (Dance Of The Knights)
15. Radetzky March, Op.228 (1989 Digital Remaster)
16. Pomp And Circumstance March No. 1 In D (Land Of Hope And Glory) (Conclusion) (1996 Digital Remaster)
17. Piano Concerto No.3 In D Minor: I. Allegro Ma Non Tanto (Excerpt)
18. Symphony No. 3, 'Organ' Op. 78: Maestoso_Allegro

Disc 2:
1. Cavalleria Rusticana (1987 Digital Remaster): Intermezzo From Cavalleria Rusticana
2. Piano Concerto No.2 In C Minor Op.18: II Adagio Sostenuto (Excerpt)
3. Peer Gynt: Prelude (Morning) Academy of St Martin-in-the-Fields/Sir Neville Marriner
4. Romance From The Gadfly
5. Adagio For Strings Op. 11
6. Scheherazade, Op. 35: The Story Of The Kalender Prince (Opening)
7. Thaïs: Méditation
8. Polovtsian Dances (Beginning) From Prince Igor (1987 Digital Remaster)
9. Spartacus_Ballet Suite No. 2: Adagio
10. Fantasy Overture - Romeo And Juliet (Extract)
11. II. Allegretto (Abbrev. Version) From Symphony No. 7 In A Op. 92
12. Concerto For 2 Violins In D Major, BWV 1043 (1994 Digital Remaster): Largo Ma Non Tanto
13. Schindler's List - Theme
14. The Nutcracker - Ballet Op. 71 (Highlights) (1987 Digital Remaster), No. 12 - Divertissement (Act II): V. Danse Des Mirlitons (Dance Of The Reed Pipes)
15. Symphony No. 6 In F 'Pastoral' Op. 68: V. Allegretto (Shepherds' Hymn) (Abbrev. Version Arr. Norman Bates)

Disc 3:
1. Zadok The Priest (1996 Digital Remaster)
2. Zion Hört Die Wächter Singen (Cantata No. 140) (1998 Digital Remaster)
3. Miserere A 9 (Vv.1-4 & 17-20)
4. Deutsche Messe D. 872 (Mit ''Gebet Des Herrn'') (1988 Digital Remaster): Zum Sanctus
5. Panis Angelicus (1988 Digital Remaster)
6. L'Enfance Du Christ Op. 25: L'Adieu Des Bergers (Shepherds' Farewell) (1994 Digital Remaster)
7. St Cecilia Mass (1988 Digital Remaster): Sanctus
8. In Paradisum (Requiem Op. 48; 1893 Version, Ed. John Rutter)
9. Vesperae Solennes De Confessore (Solemn Vespers) K339 (1986 Digital Remaster): Laudate Dominum
10. Cantique De Jean Racine
11. Messa Da Requiem, Sequenza:: Ingemisco
12. Ave Verum Corpus K618
13. Messiah Highlights (Ed. Basil Lam) (1997 Digital Remaster): I Know That My Redeemer Liveth (Soprano)
14. The Heavens Are Telling (The Creation: Part 1) (1988 Digital Remaster)
15. Requiem Op. 48 (1998 Digital Remaster): IV. Pie Jesu
16. Requiem In D Minor (Mass No. 19) K626, III. Sequenz: 6. Lacrimosa London Philharmonic Choir/London Philharmonic Orchestra/Franz Welser-Möst
17. Messiah Highlights (Ed. Basil Lam) (1997 Digital Remaster): Hallelujah (Chorus)

Links para baixar (megaupload):


Ver mais no site: www.welove-music.net

Grandes merdas

(José Serra e ACM Neto. Imagem: google)

Do deputado (ou senador) ACM Neto, sobre o corte orçamentário de cinquenta bilhões de reais anunciado pela presidente Dilma:
"Orçamento no Brasil é ficção."

REAL mesmo só o aumento salarial dos deputados e senadores.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cinema

(Foto: Revista Veja)

"Bravura indômita"

Em seu 15º filme, Ethan e Joel Coen realizam o seu primeiro faroeste. Pelo sucesso - a maior bilheteria de sua carreira, já ultrapassando os 155 milhões de dólares - e a perspectiva de levar pelo menos alguns dos dez Oscar a que concorrem, os irmãos diretores, ao que tudo indica, fizeram o "Os Imperdoáveis" dos anos 2000.

Para quem conhece o "Bravura Indômita" de 1969, de Henry Hathaway, com John Wayne como protagonista - que foi relançado em DVD e blu-ray -, a história é certamente muito semelhante, mas com diferenças que assinalam a personalidade da nova encarnação. Os Coen voltaram à fonte original, ou seja, o romance de Charles Portis de 1968, e fizeram a sua própria leitura.

O trio principal, certamente, está lá - a garota Mattie Ross (a impressionante novata Hailee Steinfeld, indicada ao Oscar), aos 14 anos empenhada na vingança do assassinato do pai; o oficial beberrão Rooster Cogburn (Jeff Bridges, na fila de seu segundo Oscar), que ela contrata para caçar o assassino; e LaBoeuf (Matt Damon), um Texas Ranger também na cola do mesmo criminoso, por causa de uma recompensa.(UOL)

Para quem pensava que o gênero faroeste havia morrido, assista a esse clássico do cinema!
 




sábado, 5 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A poesia é necessária

(Antonio Aurélio - Foto: Mazé)

Outro belo poema de Emerson Araújo

Olhar

Uma extensão do olhar
Tenta traduzir o manto da tarde
Descobrir que o mundo tem suas vantagens
Seja além da serra ou do mar
É um brinde que se faz cores
Subtração e odores.

E segue um olhar
Que pode ser triste
Ou labirinto de lágrimas
Asa da saudade
Pelos becos.

Um olhar
Que sombreia fração
Que num rabisco torto de parede
Postula as coisas em linguagem
Um olhar: alfa e ômega
Da melhor imagem.

Texto extraído do Blog Legal

Poesia de todo dia

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Literatura


Por J. L. Rocha do Nascimento


A OUTRA
 
Não havia córrego de águas claras. Um esgoto de águas servidas, a céu aberto, era o que tinha. Desembocava numa galeria, centenas de metros depois. Ali também se despejavam os dejetos do pavilhão; noutro bueiro, os resíduos da fábrica de sabão. Era, assim, cortada ao meio por uma galeria não concluída. Aliás, dizer que se tratava de galeria não é exato: uma aluvião de águas sujas e fedidas. Necessitava-se fôlego de sete gatos para atravessar para o outro lado, tanta a podridão.

Dividia-se entre dois quarteirões (a palavra quadras não corria, àquela época), que também demarcavam territórios, separando os meninos em duas turmas, os da parte de baixo e os da parte de cima. Nas casas dos da parte de cima tinha mosaico na sala, na copa e na cozinha; nos quartos, taco; picapes Ford ou Rural-Willis na garagem. Era de ladrilho o piso das casas dos pais dos meninos da parte de baixo. Carro na garagem só o Jeep do Seu Viriato, que nem dele era, mas do governo, e o Fenemê do Seu Salvador, que usava para fazer carregamento de areia. Filó, o motorista. O momento certo era quando ele engatava a segunda e da segunda não saía, que era subida. Quando passava em frente à casa do Zezinho, a gente se dependurava na traseira da carroceria. Antes de dobrar a esquina, pulávamos fora.

Na divisa entre os dois quarteirões, bem na esquina, do lado esquerdo de quem sobe, morava um menino, o Cabeludo. Ele também se dividia entre os de cima e os de baixo. Sua relação com a parte de baixo era porque era meu primo, ainda que distante, e também porque ali morava Milinda, os quadris mais bonitos que já vi. Mas esses não eram os únicos motivos, logo descobri. Descer para comer sirigoela madura no pé da casa de dona Albina era outro. Uma senhora gorda e generosa, ela. Toda vez que os filhos, os gêmeos Antonio e José, se envolviam numa briga, sua barriga começava a inchar, conforme dizia, enquanto batia com as mãos num dos lados, chamando a atenção dos vizinhos. O Cabeludo, assim como tantos, eu incluído, também descia para curiar a Bárbara (morena de pele azeitada, já coroa, que morava sozinha) no banheiro feito de talo de babaçu que ficava no fundo do quintal da casa, sempre às seis da tarde. Desconfiávamos, só pelo jeito de se ensaboar, que ela sabia que fazíamos fila para vê-la. Parecia sentir um prazer sem limites. Outro divertimento era olhar pelo buraco da parede sem muro e ver a irmã do Zezinho se trocando, os peitos já grandes, as carnes firmes, o sexo com os pendões enrolados. Mas não era de graça não, pagávamos ao Zezinho. Não em dinheiro, que a gente não tinha, mas em outras moedas, como time de botão, carteiras de cigarros vazias, castanhas, carrinhos de rolimãs e petecas.

Ainda sobre o Cabeludo. Quando a briga era pra valer, ele ficava do lado dos meninos da parte de cima; quando não, não se envolvia, com medo de pegar cocorote de ambos os lados. Nós, da parte de baixo, tínhamos um grupo musical e um time de futebol. As traves eram formadas com duas bandas de tijolo. Não havia problema de grama, pois o capim comia solto. Jogávamos com os pés descalços. Ao final do jogo, nossa diversão era esperar Seu Benezin, vigia do Colégio, de volta a casa, ao entardecer. Tinha uma bicicleta novinha em folha, com paralamas nos pneus, uma flâmula do Fogão tremulando no guidão. Mesmo assim, ao se deparar com uma poça d’água enlameada no meio do caminho, ele freava, desmontava e, firme com os braços, suspendia a bichinha até atravessar a poça, tudo para não sujar os pneus da Gulliver. A gente se ria, de forma tímida e silenciosa, que ele era zangado, capaz de nos ameaçar com o facão Colinos, sempre atravessado na cintura.

O líder da banda musical era o Fontoura, a quem a gente chamava carinhosamente de Xarope, filho de Seu Canuto com dona Teresinha, que diziam ser macumbeira. Se verdade ou não, nunca se soube. Mas uma coisa é certa: raramente tomava banho, tinha os cabelos sempre emaranhados, usava um cachimbo atravessado na boca e deixava o ar carregado. Sentíamos um temor reverencial, medo de virar sapo. Sua casa estava sempre às escuras. E havia um quarto cuja porta se mantinha o tempo todo fechada e de onde escapava um gemido, nas primeiras horas da noite, que diziam ser da irmã do Fontoura, que se perdeu na vida e, como castigo, os pais a condenaram a viver trancada. Nenhum menino chegou a vê-la. Fontoura era o vocalista e também tocava bateria, único instrumento da banda, feita de latas de querosene vazias que a gente pegava na Usina. O repertório se dividia entre jovem guarda e música de cabaré, que não conhecíamos nem ouvíamos outro tipo.

Jacó era o craque do time e escalava os outros pra jogar. Lindomar, o mais molenga de todos, sempre ficava no gol, a menos que fosse o dono da bola. Suas orelhas viviam sempre vermelhas, de tanta caçoleta. Jacó dormia com uma touca na cabeça, segredo que poucos sabiam. Era alisar os cabelos e fazer bonito nas festas nos finais de semana, lá para as bandas das Ilhotas. Eu não era bom de futebol nem sabia cantar. Mas tinha um primo rico, o Cabeludo, que às vezes descia com sua bola dente de leite, sem um remendo sequer. Mais de uma coisa eu me orgulhava: era o maior colecionador de revistas em quadrinhos, principalmente de faroeste e de Tarzan, que não gostava do Mandrake. E também tinha o melhor time de botão, cuidadosamente guardado num frasco usado de remédio. Para manter-lhes o brilho, conservava-os em talco Cashmere Bouquet, que pegava escondido na cômoda do quarto da mãe. Também tinha o Edu, que não sabia jogar futebol, não encostava perto das meninas, falava sempre com a mão na boca, nunca viu uma mulher nua, nem mesmo por um buraco na parede ou em fotografia de revista de mulher pelada, mas sabia desenhar muito bem. Foi com ele que aprendi desenhar o cavalo do Zorro.

Tinha a Lucinha, minha primeira namorada. Quando terminamos, prometi que um dia a gente reataria, quando eu estivesse mais crescido e usasse barba e bigode ou então quando ganhasse uma bicicleta, o que primeiro ocorresse. E não é que muito tempo depois ela veio cobrar-me o cumprimento da promessa e, para avivar minha memória, levou a Carminha, sua amiga, que a tudo testemunhara à época? Não pude cumprir a jura, por uma série de razões que não convém mencionar.

Chegou um dia que tivemos de mudar. Morávamos de favor em uma casa de minha avó materna. Quando ela precisou, tivemos que sair dali para uma bem menor e de paredes de taipa, na Vermelha. Na mudança, meu maior cuidado era com o baú de revistas em quadrinhos. O meu primo Cabeludo veio pessoalmente da parte de cima para ajudar, na esperança de ver a minha coleção completa de Korak, o filho de Tarzan. Mostrei só algumas, pois de todas era a que eu tinha mais ciúme. Aliás, todos os meninos da parte de baixo tratavam o meu baú como se um tesouro fosse, e realmente era, um tesouro de revistas em quadrinhos que somente eu, dos meninos de baixo, tinha. Os outros não gostavam de ler, preferiam a bola ou peteca (nunca me acostumei a chamar bola de gude).

Tempos depois, nova mudança, até que um dia meu pai, cansado de tanto pagar aluguel, conseguiu financiar a compra de uma pequena casa, num bairro da periferia. Nunca mais voltei àquela rua, que não existe mais, a não ser como uma lembrança viva na minha memória de menino. Depois que concluíram a galeria, passou o calçamento, mais depois o asfalto, as figueiras foram derrubadas, tornou-se ela um corredor de tráfego. Seu Benezin morreu. Do meu tempo, poucos ali ainda residem. A maioria das residências virou estabelecimentos comerciais ou clínicas médicas. Do meu primo Cabeludo nunca mais uma notícia, a não ser a de que ficou careca e se mudou para outro Estado. O Jacó, eu soube, foi vítima de um acidente de carro, perdeu massa encefálica e hoje anda como se fosse um zumbi e não tira mais a touca da cabeça. O Edu, que passou um tempo internado no Meduna, continua desenhando os mesmos heróis e ainda não realizou o seu maior sonho: descobrir a identidade secreta do Zorro. Um dia encontrei com ele no centro da cidade. Não me reconheceu. Imagino que até hoje ele ainda não viu as carnes de uma mulher tremerem. Quanto aos irmãos gêmeos, um deles se tornou jogador de futebol profissional, o outro é engenheiro mecânico. A minha primeira namorada nunca se casou. Ainda espera que eu cumpra a promessa. Dona Albina é umas das poucas que resistem no lugar, mas a barriga não incha mais.

Bem ali perto dela, no Barrocão, uma outra rua. Imortalizada na canção.

Texto extraído do blog confraria tarântula

Volta às aulas

 Calvin

*Charge do dia

Charge do Lute para o jornal Hoje em Dia 03/02/2011

*Extraído do Blog do Lute

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Etna


Chegou em casa. Atirou-se no sofá. E disse eu estou acabada. Meus seios estão caídos. Claro que era delírio. Seus seios estão mais rijos que o monte Fuji, disse-lhe, enquanto os tocava. Preciso fazer uma plástica. Conversa! Afastei a blusa e sorvi o gelo do cume, em uma temperatura que parecia o Etna.

M de Moura Filho, em Vida Noves Fora Zero.

A "erva" se consolidando na indústria

 
Os fumantes da erva maldita, agora vão ficar sem graça. É que no estado do Colorado (EUA) um americano tá vendendo em sua loja bebidas com gosto de maconha, ou seja, 2,5 gramas de THC - substância psicotrópica presente na erva que é o principio ativo na sua composição.

"Agora fedeu foi tudo .... "  

(Imagem e texto extraídos do facebook, na página do amigo Duarte)