sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Do "blog" deixado por Paulo Mendes Campos (atualizadíssimo)

ALGUMAS FRASES

"IDADES DA PALAVRA
O poeta é a criança; o romancista é o adolescente; o ensaísta é a madureza; o crítico é a velhice.
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Poesia nasce; romance cresce; ensaio pensa; crítico julga."
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"CORISCOS NA FLORESTA
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São seis os elementos: ar, terrra, fogo, água, sexo e morte. Não, são sete: e lirismo.
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Todas as mulheres, fiéis ou não, aguardam, tricotando nervosas alguma coisa, um telefonema de Ulisses.
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Maturidade é recolocar, em juízo, os dramas do adolescente.
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Rebeldia é instinto de conservação do entendimento.
O pugilista dá socos à procura de paz.
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O escritor é quem tem dificuldade para escrever; quem tem facilidade para escrever é orador.
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Foi tão feliz no casamento que deu pra beber.
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Deus me livre dos sofrimentos; e o Diabo me livre dos prazeres."
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"UMA TÚNICA DE VÁRIAS CORES
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A fofoca é de Johnson: na Irlanda, quem não dá bebida, não recebe visita.
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Quando tomo um drinque me sinto um outro homem, e este outro homem pede logo um drinque (Chesterton)
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Quem toma em bar errado, chega em casa mais cedo.
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O pior bêbado é o que tem razão pra beber.
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Todo homem está duas doses abaixo do normal, dizia Humphrey Bogart."
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"PASSWORD IN HEAVEN
-- Que fez você no mundo?
-- Livros . . . uma porção . . .
-- Livros?! Livros?!
-- Filhos, dois filhos . . .
-- Brincadeira tem hora!
-- Ah! . . . um jardim!
-- Pode ir entrando . . . mas sem fazer onda!"
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A edição do livro é de 1981

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

LUIZ CORREIA





Este blogueiro curtindo três dias de folga

INTERVALO


"Stop!
O automóvel parou
Ou foi a vida?"

Só intervalo pulsando
no meu peito
onde o vento bate forte
estremecendo
a vida
subindo nas ondas
esmurrando tantas vezes
o meu peito
e minhas mãos tocando os seios
das ondas que gozam na areia

Recreio na praia
godivas na areia
fio-dental no rego da sereia
Atalaia
farol cortando solidão e distância
milhas
mira
o sol entre dedos
quebrando a luz
cacos afiados sangrando corpos
seminus
entregues ao verão.

Intervalo
vale pedaço do tempo
rasgado pelo vento
cego de tanta areia
sombra de ilhas
barracas
janelas abertas ao oceano
mesas bebem cerveja
concentração tribal
sussurros de amor
beba uma música
babe um beijo
todo gesto medido
olhares ficam perdidos
nada comprometido
amar é ficar

Passos, olhares, sedução
o melhor caminho está
em direção ao mar
a saia menor que o passo
o biquíni maior que dunas
enterrando minha imaginação
enfim um sorriso de calcinha
rápido no cruzar de pernas
lento o destino
à beira do mar
à beira de mim
espera
uma é pouco
duas é bom
três é dez mais
nenhuma é o preço
mais caro do intervalo.

f wilson

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

PETER FRAMPTON - FINGERPRINTS (2006)


Conheci Peter Frampton em meados de 80. Eu, Duarte, Raimundinho e Cortez caminhávamos nas ruas do Parque Piauí com o álbum duplo “Peter Frampton Alive” como um livro raro, ou uma bíblia. Era sábado ou domingo quando a gente buscava na casa de um de nós o “stéreo” mais potente que segurasse o volume agudo da imperativa guitarra do Frampton.
Na maioria das vezes a gente ia para minha casa, onde no meu quarto acústico eu tinha um “som” Gradiente que, para capturar ressonâncias "palpáveis" aos nossos ouvidos, eu trocava a agulha magnética após nossas sessões de rock.
O álbum “Alive” pertencia ao Cortez, cada um de nós tinha uma fita cassete copiada desse disco, com chiado de arranhões e tudo, mas a preferência era pelo disco, cuja capa, que se abria como um álbum fotográfico, com tantas fotos dos componentes que formavam o grupo de rock do Frampton, era para nós um vídeo. Comentávamos a capa-vídeo como se estivéssemos assistindo ao show: a marcação meticulosa do contra-baixo, a artilharia da bateria e a fragância do teclado e a slide Guibson do Frampton, uma força divina com poderes diabólicos que nos passava o efeito da música imortal. Massa!
A gente escutava outros discos, muitos: Santana, Hendrix, Stones, Lou Reed, Eric Clapton, Black Sabbath, The Who, Led Zeppelin... A maioria era comprada, outros discos a gente pedia emprestado às patentes do rock da época: Leonam (L. de Moura Filho) e João Luís Rocha do Nascimento.

Procurei meus contatos na internet para postar aqui “Peter Frampton Álive” e não encontrei. Mas conheci essa maravilha: “Fingerprints” de 2006, totalmente instrumental, a bela voz de Peter Frampton é compensada por solos magníficos da sua guitarra. Vale a pena ouvir.

Baixar pelo link:

http://www.megaupload.com/pt/?d=YLESX8FS

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Frases do presidente Lula


"Da mesma forma que a gente faz a reforma agrária na terra, é preciso fazer uma reforma aquária, na água." (Discurso durante o lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura.)"
Certamente o embaixador russo recebeu a notícia e certamente mandou para o presidente Putin, e certamente o Putin ficou meio putin com o Brasil." (Sobre denúncias de que frigoríficos brasileiros estariam pagando suborno a autoridades russas com o objetivo de exportar carne para a Rússia.)
"...Tem gente que coloca remédio no nariz que era para colocar no olho, tem gente que coloca no olho o que era para colocar no nariz." (Cerimônia de lançamento de um programa de produção de medicamentos.)
"Eu sou contra greve de fome. Eu sei o que é uma greve de fome, dá uma fome danada." (Sobre greve de fome de dom Luiz Cappio em protesto contra a obra de transposição das águas do São Francisco.)
"É preciso melhorar a massa encefálica dentro do cérebro para as pessoas compreenderem que as mulheres devem ser respeitadas." (Sobre o Dia Internacional da Mulher em 2007.)
"Não é mérito, mas, pela primeira vez na história da República, a República tem um presidente e um vice-presidente que não têm diploma universitário. Possivelmente, se nós tivéssemos, poderíamos fazer muito mais." (No lançamento do programa Brasil Alfabetizado.)
"Para a NASA, o espaço ainda é alta prioridade."
"Não é a poluição que está prejudicando o meio-ambiente. São as impurezas no ar e na água que fazem isso."
"É tempo para a raça humana entrar no sistema solar."
"Todo mundo tem o direito de ser contra, a favor ou muito pelo contrário."
"Quando se aposentarem, não fiquem em casa atrapalhando a família, procurem alguma coisa para fazer. Se ficar disputando espaço no sofá com o neto, sua vida vai ficar chata." (Em cerimônia do Estatuto do Idoso)
"Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos.""...produção de carros FLEXIL..." (falando sobre o incentivo do governo na produção dos carros bicombustiveis.)
"Agradeço aos TELESPECTADORES da RÁDIO Bandeirantes."
"Sou filho de uma mulher que nasceu analfabeta." (Dia Internacional da Mulher, 2004.)
"Estou surpreso porque quem chega a Windhoek não parece que está num país africano". (Em 8 de novembro de 2003, em Winkhoek - capital da Namíbia, em discurso ao lado do presidente Sam Nujoma que, durante a fala puxou o brasileiro pelo braço.)
"Eu gostaria de ter estudado latim, assim eu poderia me comunicar melhor com o povo da América Latina."
"Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possa ocorrer ou não."
"O Holocausto foi um período obsceno na História da nossa nação. Quero dizer, na História deste século. Mas todos vivemos neste século. Eu não vivi nesse século."
"Agora, já estou pronto para subir no TAPUME" (ao receber um quimono.)
"... a galega (a primeira-dama Marisa Letícia) engravidou logo no primeiro dia, porque pernambucano não deixa por menos". (Na Fenadoce, em Pelotas, 17/06/2003.)
"A grande maioria de nossas importações vem de fora do país."
Postado por Pryscila Vieira - diretamente da redação do País da Piada Pronta.
pryvieira@yahoo.com.br
Do blog pryscila-freeakomics-...

ELAS

TROCA

Amo tua respiração em minha nuca,
Teus dentes mordiscando meus ouvidos,
Dou, então, a ti,
os meus gemidos,

Adoro quando beijas o meu corpo,
Amo quando externas teus anseios,
Dou, então, a ti,
os meus seios

Deliro quando dá-me tua língua,
E lambes cada poro, cada greta,
Dou, então, a ti,
minha boceta.

Amo quando invades meus segredos
E violas o meu corpo nu
Dou, então, a ti,
meu cu!

Deamaris Regina D'Ambrosía



DESENHO DO CONTORNO DA CALCINHA

Desenhar o contorno da calcinha
Com teus dedos e com tua boca,
Depois puxar docemente o elástico,
Deixar o tecido suave na carne penetrar,
Dividindo no meio a minha flor,
Que fica molhada a esperar
Tua língua faminta que vai rompendo o que for
Na busca de um caminho
E na calcinha, um cantinho
Pra tua língua enfiar...
O tecido pequenino
Atochado no rabinho,
Pressiona, como numa massagem
A tua língua, no meu ânus, devagarinho...
Enquanto chupas com jeitinho,
O tecido que raspa no grelinho,
Me alucina de tesão!
E eu peço, ensandecida,
Que me preenchas logo com tua vara,
Que pare essa tua lambida,
Pois meu gozo vem em seguida.
Caio de boca no teu falo,_
Quero que gozes em minha cara!
Enfies bem fundo a tua vara!
Me chames de puta e de vadia!
De cachorra, de devassa e libertina!_
Beijes, libidinoso, a minha boca,
Não quero mais ser certinha!
Mistures de forma muito louca
A tua porra e a essência minha!

Marlene C. N.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Beto Guedes - Contos da Lua Vaga


1. O Sal da Terra - (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
2. Tesouro da Juventude - (Tavinho Moura e Murilo Antunes)
3. Boa Sorte - (Luiz Guedes, Thomas Roth e Marcio Borges)
4. Contos da Lua Vaga - (Beto Guedes e Marcio Borges)
5. Rio Doce - (Beto Guedes, Tavinho Moura e Ronaldo Bastos)
6. Veveco, Panelas e Canelas - (Milton Nascimento e Fernando Brant)
7. Quatro - (Beto Guedes e Marcio Borges)
8. Sete Flautas - (Beto Guedes)
9. Dona Júlia - (Luiz Guedes e Beto Guedes)
10. Canção do Novo Mundo - (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
11. Noite Sem Luar - (Godofredo Guedes)
Baixar pelo link:
Alberto de Castro Guedes nasceu em Montes Claros (MG), em 13 de agosto de 1951. Filho de baianos de Riacho de Santana, é o caçula de oito filhos de Júlia de Castro Guedes e Godofredo Guedes, músico e compositor e a primeira influência musical de Beto Guedes. Aos oito, Beto Guedes já tocava pandeiro – seu primeiro instrumento - em um conjunto regional que o pai formara com parentes e amigos. Aos nove, mudou-se para Belo Horizonte. Nessa época, conheceu o amigo e parceiro musical Lô Borges. No auge da beatlemania, em 1964, Beto e os amigos Márcio Aquino, Lô e Yé Borges montaram o The Beavers grupo de versões de Beatles. A vida de Beto começou a mudar em 1969: sua música “Equatorial” (parceria com Lô e Márcio Borges) ganhou o quinto lugar no 1o. Festival Estudantil da Canção de Belo Horizonte. Em 1972, mudou-se para o Rio de Janeiro com Lô e Milton Nascimento e participou da gravação do disco Clube da Esquina, no qual tocou baixo, guitarra, percussão e cantou. Depois de tocar com o grupo 14 Bis e gravar participações em discos de Milton, em 1977, Beto lançou seu primeiro álbum solo “A Página do Relâmpago Elétrico”, sucesso de público e crítica. Até 1986 lançaria mais oito discos. Na década de 90, faz apenas dois lançamentos e passa a se dedicar à mecânica e marcenaria, outro talento herdado do pai. Em 2001, lançou em DVD o grande show comemorativo de seus 50 anos realizado em Belo Horizonte, com Milton Nascimento, Jota Quest e Toni Garrido. Em 2004, Beto lançou seu novo disco com inéditas, “Em Algum Lugar”.(texto tirado do site do Museu Clube da Esquina)
Extraído do blog Música do Bem

Tempo de poesia

Agenda


Encontrei teus olhos
Na idade abc
Pintei inocência na agenda
Rabisquei nossas diferenças

Guardei tuas curvas
Na idade dos sonhos
Na agenda um dedo de seda
Inda caricia seio em botão

Deslizei nos teus hormônios
Na idade da volúpia
Páginas de gemidos
Incontidos nos revelaram

Agendei-me na tua vida
Na idade da razão
Como raízes a dobrar
A pele da nossa sina


F Wilson

sábado, 18 de outubro de 2008

Maiakovski



Quem já me beijou
sabe dizer
se existe
bebida mais doce
que a minha saliva

Maiakovski (1917)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Western



Foi Leonam (L. de Moura Filho) quem começou (entre nosso grupo) postando filmes, com seu verbalismo estilístico, sintetizando a fita, elogiando ou caceteando produtores.
Sei que não foi intenção dele fazer desse tipo de postagem moda entre nós blogueiros, mas despertou nossa bagagem cultural para lembrar os bons filmes que assistimos.
J. L. Rocha do Nascimento não pode ver ilustrações, textos ou cenas que lembram o velho oeste americano que logo o saudosismo lhe salta a frente recordando dos cinemas bang-bang da infância ou adolescência. Lá no sítio (Sariema), em Altos, entre uma pilha de lp's de rock e mpb, há um LP trilha sonora de filmes clássicos do velho oeste. A capa é famosa: Antonio Steffany, chapéu caído na testa, colt pendendo na cartucheira. A tranquilidade, ou descontração do artista, encostado numa cruz atrás da sela do cavalo é aparente, pois num piscar de olhos ele pode descarregar a pistola: sempre no meio da testa, seis tiros que eliminam seis bandidos da face da terra.
"Meu Ódio Será Sua Herança" é um clássico do cinema western, talvez o melhor que assisti.

Poesia de todo dia


(Dedico este poema para o tarântula J.L. Rocha do Nascimento, que também é poeta)

Tráfico

Nenhuma Ação mais
Miséria trágica
Procurou o purgatório
Restou sonhar
Sobre colchão vazio

Se o sonho fosse verdade
A noite seria uma mentira

Acordou subitamente
Honesta, a luz o fez
Largar suas valiosas Ações
Flagradas na fronteira
Com a realidade.

Se a vida fosse mentira
A morte não seria verdade

(Encontraram-no com um tiro na testa
na manhã seguinte
quando a Bolsa voltava a cair).


f.wilson

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Tempo de poesia

(foto sem crédito)
Virgem (viagem) ao som de um piano

Dedos hábeis tocam
o útero da noite
O canto blues rasga
o lençol da noite

Dois dedos de sentimento
articulam dó maior
Duas teclas do piano
traduzem dor maior

Acordes de guitarra
graves curvas do teu corpo
no triângulo acústico dedilho
negros fios de uma canção

Podia ser Frédéric Chopin
perseguindo esse blues
ninguém mais, além de mim
perseguindo teu amor.

F. Wilson

Airton Sampaio Blog


BURREOLOGIA

Disseram os comuni$ta$ que a solução era Estado Máximo e Mercado Mínimo: deu Cuba. Disseram os neoliberai$ que a solução era Mercado Máximo e Estado Mínimo: deu Wall Street. A saída? "Não tive filhos; não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria..."

Do blog: Airton Sampaio Blog

domingo, 12 de outubro de 2008

Na sala de aula

(Foto: Vianey Moura)
Este blogueiro e suas crianças: Antonio André e Antonio Aurélio(afilhado do tarântula J.L. Rocha do Nascimento), em casa.

Criança na Sala de Aula

O professor apita
A criança dança
O dicionário grita
A poesia canta

Estudar uma lição
Olhos e dedos apertam mãos
Decorar uma lição
Tenham compaixão!

Livro limpo, amaciado
Ato de amor
Livro sujo, espancado
Ato de predador

- Copiar tarefa!
- Professor, um palmo de quadro
não é latifúndio suficiente
para plantar conhecimento?

Matar as questões de uma prova
É sair glorificado
Das páginas de um combate

Quem não estudou
Prova da prova crua

Se o texto sai torto embriagado
Foi briga entre dedos e lápis

O menino afia com capricho
A ponta do lápis
Para fazer cócegas no papel

Ensinar é devoção
Aprender, inspiração

O chocalho do silêncio
Faz muito barulho
No pescoço do aluno falador

Para a criança
Lápis de cor salva a Terra
De um desenho trágico


Em sala de aula
O nome de Deus é silêncio
O nome das cores é poesia
O grito das tintas é criança


F. Wilson (professor)


sábado, 11 de outubro de 2008

BLUES



Verdadeiros artistas se revelam na qualidade do trabalho que fazem. Mentirosos "Artistas", músicos da moda, empresários, inspirados no momento tecnológico, fragmentam a música e chutam sons para os diversos setores lucrativos: celulares, mp4, mídia. A Moda tem pressa, mentira também (além de pernas curtas). Assistimos ao público brasileiro hoje sendo enganado com "axe", "forró moderno"(que bosta!), "sertanejo" e outras baboseiras sonoras. Não me venham com o "questão de gosto não se discute"!
O disco da dupla, acima, é a maior verdade musical, blues sem pressa de fazer sucesso. A arte reserva lugar de destaque para os clássicos.

O álbum é de 21/04/1998
Dave Specter: guitarLenny Lynn
vocals: Eric Alexander
tenor sax on 1,3,5,6,10: Rob Waters
Hammond B3 organ; piano on 2, 8: Harlan Terson:
bass: Mick Schlick
drums; percussion on 10: John Brumbach
tenor sax on 1,2,4, 5, 8: Dez Desormeaux
baritone sax on 4: Ken Saydak
Não há senha.

Kraftwerk 1978 - The Man Machine



Da discografia dessa banda alemã, esse disco é o único que consigo escutar. Vale a pena.
Baixar pelo link:
Senha: lagrimapsicodelica
Boa diversão!

Lula diz que baixa MP3 no PC

(Foto: Agência Brasil Lula online)

SÃO PAULO - Em entrevista só para portais, o presidente Lula diz que já baixou música na web para presentear amigos.O presidente recebeu nesta sexta (10), em Brasília, representantes de vários portais eletrônicos. A entrevista coletiva só para meios de internet visava prestigiar os veículos digitais, disse a assessoria da presidência.
Lula contou que dias antes de uma reunião com o governador cearense Cid Gomes, baixou faixas de MPB para presenteá-lo. Para um encontro com o petista Jaques Wagner, Lula contou ter baixado também arquivos de MP3 de músicos que falam sobre a Bahia, Estado que Wagner governa.Lula explicou que seu principal uso da web é para ler notícias.
O presidente falou que prefere a leitura online, pois assim não precisa ficar com a tinta dos jornais nas mãos.O presidente explorou a entrevista para fazer propaganda de seus programas de inclusão digital, como a criação de telecentros, redes de Wi-Fi gratuito, financiamento de PCs com Linux e expansão da banda larga.Segundo Lula, ele já ordenou que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, separe recursos do PAC especialmente para ampliar a rede de fibra óptica do Brasil, expandindo o acesso à banda larga no país.
Felipe Zmoginski, do Plantão INFO

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Conto pronto: .

ELA, O MENINO E AS AVENTURAS DE TARZAN

(Dedico essa narrativa nada semiótica aos contistas Airton Sampaio, Bezerra JP e M. de Moura Filho; aos poetas F. Wilson e Emerson Araújo).

Ali, no cruzamento da Paissandu com a João Cabral, Violeta, a espanhola, que se perdeu cedo na vida, era a maior atração. Conta-se que o próprio pai cuidou de deixá-la na porta do bordel somente com a roupa do corpo e sangrando. Tinha os lábios carnudos e olhos de Capitu. Diariamente, ao entardecer, insinuava-se sobre o parapeito da janela, à mostra os seios fartos e ainda duros. Especialidade: garotos imberbes e sequiosos. Fama: um bezerro nas entranhas. Na outra esquina, um bar. Ali, toda manhã, um menino e uma rotina: abrir o estabelecimento e remover os resíduos da noite: tampinhas de garrafa, tocos de cigarro, estilhaços de vidro, algumas desilusões... Feita a faxina, era só aguardar o pai, por volta do meio-dia. Enquanto isso, a distração: ouvir discos de Jovem Guarda e ler revistas em quadrinhos. Certo dia, sentado por detrás de uma pequena mesa, lia as aventuras de Tarzan, o Rei da Selva. À frente, sobre a mesinha, uma montanha de vinis, dois pacotes lacrados de cigarro Continental com filtro, uma carteira aberta para venda a retalho e um maço de fósforos Fiat Lux.Ligou a radiola, colocou o braço na segunda faixa do lado b e sobre ele equilibrou uma caixinha de fósforo. Aumentou o volume e deu passagem a Evaldo Braga, que explodia os pulmões.De repente, antes que Tarzan lançasse a lança certeira sobre o peito do leopardo, um cheiro forte de Água de Colônia e desodorante Mistral anunciou a chegada de Violeta, lépida e faceira. Sobre os lábios carnudos, uma camada de batom vermelho carmim, e nas unhas o esmalte, no mesmo tom, contrastava com o encardido na ponta dos dedos da mão direita.Lentamente, ela pousou os braços nus sobre a mesa, o que deixou agitado o coração do menino. Aqueles peitos grandes, a um palmo do nariz, o fizeram perder a respiração. Tomou-lhe o Almanaque nº 54 do Homem-Macaco, recuou dois passos, levantou o vestido com uma das mãos, deixando-o à altura do umbiguinho; com a outra, enfiou a revista dentro da calcinha, acomodando-a entre as pernas. Por alguns instantes, flexionou a musculatura dos quadris e movimentou-se rapidamente para frente e para trás, para frente e para trás, tempo necessário para ele perceber que Tarzan, estranhamente, enquanto sumia de seu campo de visão, não demonstrava muito esforço em escapar do bote que, manhosa, lhe preparava a aranha peçonhenta.Boquiaberto com a cena, ficou a imaginar que golpe iria o herói aplicar para vencer mais aquela batalha. Não obteve a resposta. É que ela, de supetão, interrompeu a coreografia, avançou os dois passos que antes recuara e soltou a barra do vestido, que ficou rente com a covinha dos joelhos. Ele, aflito, não parava de pensar no herói embrenhado no coração daquela selva cheia de armadilhas. O que fazer? Desvencilhar-se das teias da tarântula e se refugiar ao pé do vestíbulo da gruta seria a melhor saída, pensou ele, como que querendo adivinhar a próxima seqüência da trama. E ela? Precipitou-se sobre o maço aberto de cigarro, de onde retirou um. Sem pressa, fitou-o de forma desafiadora, com os olhos oblíquos e esbraseados, então se aproximou um pouco mais, agachou-se, envolveu firmemente o cigarro entre os dedos e o acendeu e o colocou suave entre os lábios e, lembrando Gilda, abocanhando-o, deu uma longa tragada. Subitamente, deixando a marca do batom no filtro, afastou da boca o cigarro, sem descuidar de manter, envolvendo-o novamente entre os dedos da mão, acesa a brasa tremulante. Foi quando, com a mesma boca generosa, deu-lhe um beijo tórrido.Não esboçou ele qualquer reação. O hálito quente, misto de cerveja da noite passada e cigarro, incendiou-lhe a boca e o corpo. Aproveitando-se daquele estado de aparente letargia, ela cobriu-lhe o rosto com bafoeiradas de fumaça e, bem de perto, fazendo beiço, disse:--- Não demora muito, é só crescer mais um pouco e eu quebro esse cabresto!E assim, tão rápida como chegou, Violeta saiu, mexendo as cadeiras, ao som de Sorria, meu bem. Ao cruzar a porta, olhou para trás e, mais uma vez provocante, o gesto obsceno antecipou o que pretendia fazer. E antes de descer a calçada e atravessar a rua, sacou de dentro da calcinha o Almanaque nº 54 e o arremessou um Tarzan amarrotado e quase sem fôlego. Imóvel, ele. Mas quando percebeu que, apesar de tudo, o Rei das Selvas estava livre de qualquer perigo, molhou os lábios, recusando-se, contudo, a engolir a saliva. Queria apreciar por mais algum tempo o sabor agridoce do beijo, a rótula daquele joelho, o umbiguinho redondo, a marca da vacina na altura do ombro esquerdo, a essência saturada do desodorante vagabundo, o olhar de pidona... Em transe, nem percebeu que o disco parou de rodar e o braço automático da radiola retornara à posição de descanso. Tentou retomar a leitura a partir da página 69, mas não conseguia ler o que estava escrito nos balões nem acompanhar os passos de Tarzan, que agora saía em busca da trilha para a Cidade Perdida, em companhia de um guerreiro zulu.Antes, haveria de localizar o cemitério dos elefantes e decifrar o enigma dos pigmeus das montanhas, o que lhe daria a imunidade necessária para vencer a etapa seguinte do desafio: cruzar o desfiladeiro da morte. Mas o pior estava por vir. Ao final do desfiladeiro, Tarzan e seu guia deparariam o rio das cobras, de passagem obrigatória, sem saber que na outra margem um grupo de selvagens africanos armados de arcos e flechas, estas venenosas, o espreitava. Mal chegaram em terra, os primitivos, rufando tambores e entoando cantos de guerra, avançaram, o feiticeiro à frente, em direção do Lorde de Greystoke.Nesse momento, o menino despertou aos gritos do Rei dos Macacos, que esmurrava o peito e bradava, em tom de advertência: Krig-ha, bandolo! .
J. L. Rocha Nascimento
Extraído do blog Confraria Tarântula

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Adelaide do Julinho

(Óleo de Amadeo Modiglioni- Foto sem crédito)
3 limeiriques
Estes poemas vão para Xico Sá, Luiz Roberto Guedes e Rodrigo de Souza Leão (Mamãe, não leia, por favor)
1.
Bebeu muita vodka orlofe,
catou pelas ruas o bofe:
furor uterino fodeu-lhe o intestino:
a pica entalou no roscofe.
2.
"Ai" - Diva gritava em falsete:
"meu cu virou um ramalhete!".
O macho, coitado,meteu só de um lado.
E teve cãibra no cacete.
3.
Moça singela, a Catarina
tem um dilema na vagina:
com cheiro de alho,engole o caralho
e arrota lingüiça da fina.
Notas da autora:
1. segundo o poeta Luiz Roberto Guedes, "o limerick é um poema popular, basicamente oral, de tradição inglesa, cuja temática, dixit Glauco Mattoso, oscila entre o nonsense e o escatológico. Foi introduzido no Brasil, no final dos anos 70, pelo poeta, escritor e letrista Braulio Tavares, nas páginas então avulsas do Jornal Dobrabil, do próprio Mattoso, que também lançaria os seus Limeiriques (Edições Dubolso, 1989)". (...) "Algumas autoras de livros infanto-juvenis vêm usando essa forma poética para fins didáticos, mas limericks são mesmo os jogos florais do baixo calão e do bom humor";
2. conforme Barros Toledo, "quanto ao abrasileiramento do nome, trata-se dum trocadilho proposto por Braulio Tavares, aludindo ao lendário 'poeta do absurdo' Zé Limeira, popular no nordeste";
3. ganhei a aposta

................................................................................................................

carreira solo

"Voa, pombinha branca, voa":

cantando no chuveiro,

o menino não deixa

a pomba em paz.

instinto selvagem

na penumbra, sem calcinha,

cruzo as pernas, que gracinha:

acendi o lanterninha

sacanário

na sua língua do p

a festa do meu ponto g

(o segredo da alma é o negócio)

azáfama

assim sim ai mais ah ah ah a-hã hmmm

aí oh oh uh tudo joão carlos

(o nome dele era luiz fernando)

Adelaide do Julinho. Viúva. Do lar. Vive discretamente em Belo Horizonte, Minas Gerais. Musa de quatro importantes personalidades do cenário nacional (um poeta, um escritor, um músico e um político — de direita). Tem poemas traduzidos para o inglês, francês, italiano, alemão, espanhol, albanês, latim, romeno, entre outros. E continua inédita. Se pudesse escolher, preferia ser a Gisele Bündchen, com um pouco mais de bunda.

Extraído do blog Escritoras Suicidas

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Poesia de todo dia

(Canivete. Foto: Desciclopédia)

lâmina

é preciso, jack
perícia
para o corte certo

precisão cirúrgica
conhecimento de causa
anatomia do efeito

cortar o âmago
afastar o ego
extirpar nervos
: da pele do apelo
ao útero do tédio

estripar
órgãos do medo
rasgar o nó — górdio —
da garganta
mutilar a face do ódio
sangrar
seus sórdidos disfarces

é preciso, dear jack
conter impulso a tempo
enquanto abertos
todos os segredos

[vá por partes
dispondo em postas
o adverso]



Semântica


RECEBER

RECEPCIONAR

Francisco Wilson

domingo, 5 de outubro de 2008

Na sala de aula

(foto: futsalbrasil.com.br)

PEREBA NÃO FAZ MAIS GOL


Era a grande final do campeonato futsal da escola naquele ano. Os alunos chegaram cedo para garantir lugar nas arquibancadas da quadra de esportes. Mesmo antes do jogo, às nove da manhã, torcidas de todas as salas e séries, ruidosas, faziam valer o “grito-de-guerra” do time com bandeiras, apitos, tambores e músculos de emoção. Parecia torcida de um só time, do Oitava-B, não fosse uma dúzia de fiéis torcedoras da sala do Sétima-A. - uma minoria irritando o instinto imprevisível da turba. Se a torcida nos intimidava estrepitosamente, no jogo a nossa resistência seria subjugada ao opulento time do Oitava-B que se consagrara bicampeão do torneio intermunicipal de escolas. Invicto, tornara-se o orgulho da escola. Daí o motivo da algazarra da torcida não admitir nosso time enfrentar de igual por igual o bicampeão.
Eu era o treinador do Sétima-A, “a próxima vítima”, diziam. Na concentração esperávamos os goleiros, o primos Gato Félix e Dodô, quando fomos informados que o avô deles tinha morrido e que não iam jogar. E agora, só tinha um jeito: procurar o Ícaro, ele devia estar nas arquibancadas. Ícaro tinha fama de frangueiro, mas era um bom goleiro, e também um pequeno azarado no futebol.


Eu estava na arquibancada, calado, Juliana segurava meu braço, estava nervosa no meio daqueles alunos todos hostilizando nosso time. De longe vi Peteca me chamando. Foi quando o Oitava-B entrou em quadra, uma gritaria infernal fazia vibrar a estrutura sob nossos pés. Segurei a mão de Juliana e saí correndo em direção ao vestuário do Sétima-A.
Enquanto me trocava, vestia as luvas e outros acessórios medievais de proteção. O professor Ivonildo, nosso treinador, me orientava sobre a responsabilidade da minha posição. Deus, as regras, o juiz, os bandeirinhas e a própria torcida encorajam o goleiro destemido; o goleiro abatido é logo entregue ao diabo. Fiz que sim com a cabeça, eu sabia disso, e ia utilizar-me dessa proteção para uma desforra.
-- Ah, esqueça sua rixa com o Pereba, não deixe um ressentimento antigo jogar contra nós.
Seu Ivonildo sabia nos converter das besteiras que poderíamos fazer em jogo, o que comprometeria todo o grupo, todo um trabalho que ele fazia com êxtase. Pereba era bom de bola, artilheiro, ídolo da torcida, bajulado pelas meninas, e só. O resto era lixo, péssimo aluno, estéril nas provas, insubmisso, encarava os professores mediocrizando-lhes do salário, dizia que ele ia ganhar muito dinheiro no futebol sem precisar aprender aquelas fuleragens em sala de aula.
Do vestuário para a quadra, ainda no corredor de saída para a “arena”, Juliana me parou.
-- Vai não, eu escrevo de novo aquilo que apaguei na parede do seu quintal.
Olhei Juliana, os lábios dela estremeceram, mas não chorou.
-- Nós vamos ganhar, vou pegar todas as bolas, você vai ver.



Quando vi o Ícaro entrar em quadra, um dissabor enorme se apoderou de mim, como um fio descascado me chocasse tirando minha alegria do momento. Gritei tanto pelo Ícaro. Ícaro! Ícaro! ícaro! Meu filho, volte! Mesmo uma voz de diretora de escola ficaria inaudível em meio a empolgação fanática da torcida que se multiplicava em pancadas sonoras. Alunos, a maioria adolescente, festejavam uma vitória antecipada do time que adoravam. Gritavam destrutivamente em coro para o conhecido goleiro, que o treinador havia improvisado: FRANN-GUEEI-RO! FRANN-GUEEI-RO! GRANN-GUEEI-RO!
Mas levantei os olhos e vi o Ícaro altivo, no meio da quadra, impassível à gritaria, articulado no exercício que antecede ao jogo. Seus braços longos, ágeis, recebendo as bolas chutadas pelos companheiros de equipe, se preparando para recepções imprevisíveis na sua área durante partida. Perguntei-me onde ele arranjara tanta coragem? Decidi, naquela hora, acreditar nos reflexos sobre-humanos – ele ia precisar - de um goleiro que os alunos chamavam de filhinho da diretora.


O time do Oitava-B agregava os melhores jogadores, alguns deles eram nossos amigos na escola. Maradona, Jacinto e Batatinha jogavam com profissionalismo, respeitando o adversário. Os outros tinham características diferentes, cada um a sua maneira: Cacau era zagueiro, não jogava, dava pancada; Pereba era atacante, trocava tabelinha com Chulé, seu fiel escudeiro. O goleiro Sebim era o mais velho do time e já treinava nas categorias de base do Flamengo do Piauí, sonhava jogar no Albertão, lotado de torcedores em domingo de rivengo.
O Sétima-A chegou a final também invicto, era um time coeso, suntuoso, humilde. Nossa faixa de idade era de doze-treze anos, meninotes com os primeiros pêlos no sovaco. Zé Filho era zagueiro e exercia natural liderança; Brasil, Careca e Punheta faziam o ataque. Torino e Qualhada eram inconstantes, às vezes jogavam bem, outras, a gente se desdobrava para compensar as falhas deles. Eu era o goleiro titular, mas desafetos com Pereba (ele havia me intimado a lhe passar respostas do provão da escola e eu me recusei), temendo represálias em jogo (Pereba tinha físico compatível com sua ignorância, ou burrice), o professor Ivonildo resolveu me afastar do time.


O clima estava tenso, a torcida não dava trégua. Do outro lado da quadra o Oitava-B ressoava, mordaz, vitória certa. O professor Ivanildo nos transmitia tranqüilidade e realidade:
-- Não há vitória antes do jogo, mas eles têm três vantagens na nossa frente: jogam pelo empate; a balbúrdia da torcida e duas estrelas no peito.
Quando o juiz apitou, um chute furioso de Pereba, do meio da quadra, acertou minha trave. Tremi abraçado aos ferros da trave. A torcida veio abaixo.
Em cinco minutos de jogo a torcida se calou. Arremessei a bola redondinha aos pés de Careca que, num drible desconcertante, deixou Cacau de bunda no chão. Aí tocou para o Punheta, livre na esquerda - correndo feito bailarino contando passos - que acertou um bico na cara-da-bola: um chute fulminante. Um a Zero.
Batatinha dizia para eu tomar cuidado, Chulé e Pereba estavam pintando sujeira para mim. Fiquei atento. Mas os dois eram artistas. Bola alta na área, Chulé me empurra por trás, desloco Pereba da cabeceada e Batatinha faz o gol: um a um. A torcida vai ao delírio.
Nosso time, antes modesto, tornava-se majestoso. O toque de bola gracioso e preciso aos poucos contagiavam parte da torcida a nosso favor. Finalzinho do primeiro tempo, numa jogada ensaiada, Zé Filho saiu da zaga em disparada para receber minha bola na entrada da área adversária. Calculei o peso do arremesso e a bola pingou na cabeça dele direto para o fundo da rede. Sebim ficou nadando no cimento. Era dois a um.


Vaaaaaaaleeeeeendo torcedores dessa graaaaannnnde comunidade do Bairro Porto Alegria, quem vós fala nessa rádio comunitária líder de audiência é o humilde Jorge Cury, o Jorginho, que tanto acredita na força do trabalho dessa gente querida, dessa gêêêêênnnnn... um momento pessoal, o surpreendente time do Sétima-A vai com tuuuuuudo no ataque, esse menino é noooosssoooo, é um gênio, um Pelé, faaaalo do habilidoso Careca que passa a bola redondinha para o Punhe...- garoto que corre - ÊPA! um chuuuuuuuutaaaaaaaaçoooo e é gooooooooollllllllllllllllll!!!!!!!!!!!!!!!
Tééééééééééérrrrmina o joooooogoooo, torcida amiga, não de mais um campeonato da nooooosssssaaaa querida escola do bairro, mas de um caaaaaammmmmpppeeeeonaaato para ficar na história das nossas vidas, de nossa família, de noooosssssaaaaa coooomunidade. Consagra-se campeão o belo time da séééééééétimaaaaaa séééérie, registramos os nomes dos heróis dessa disputa aaaaanimaaaadííííííííííiííssssiiiiima, entre aqueles que defenderam a hõõõõõõõõnnnnrrra da turma dessa sala da escola estão o gôôôôôlêêêêêêêiiiiiiiro Ícaro!!!!!, o maaaaataaaaadooooor Careca!!!!!!, o volante Braaaaasil!!!!! e...ele, o artilheeeiiiiiroooo maaaiiiior: Puuuuunhêêêêêêêêêtaaaaaa!!!!!!!!, o futuro craque da seleção brasileira de futebol! Mêêêêuuuuuusss irmãos, mêêêêuuuussss queridos torcedores, Péééééréééééébaaaaaa não é maaaiiiisss aquele, não faaaazzzz maaaaiiiiissss goooollllllllllll!!!!!!!!!!

Francisco Wilson

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Conto

Simone de Bevô(foto revista Época)

A ÚLTIMA CEIA

(Ao contista Airton Sampaio)
A mulher, que há uma semana nem lhe atendia os telefonemas, agora lhe acenava com o que, com freqüência, negara. Redimir-se-ia porém, hoje, do batom na cueca.Às escuras, a casa. Qual a surpresa? A mulher, na cama, nuinha, ou numa lingerie provocante? “Amor?”, sussurrou. “Cadê você?” O quarto: porta entreaberta. A cortina penumbrava mais ainda o ambiente, impedindo o fulgor lunar daquela noite. Vulto da mulher na cama, deitada, as pernas semi-abertas, os braços erguidos, chamando-o.Mal se desfez de toda a roupa atirou-se sobre a mulher, e o abajur repentinamente aceso revelou E., A., J. e M. que, nuas e em uníssono, gritaram “Surpresa!”, e se arremessaram sobre ele. “O que é isso?”, balbuciou. A mulher disse que o amava demais e que, entre procurar outra na rua, que não conhecia, preferia que ele se satisfizesse com ela e as amigas. Porque achou que o testavam, repeliu os toques. Mas, enquanto a mulher, A, J. e M. o subjugavam, E. imprimiu gestos audaciosos, com mãos e boca. Relaxou...Sem limites — qualquer um! —, transou com a mulher, E., A. e J. Com a última, sabia, não resistiria ao gozo, inteiro que estava, seu corpo chocando-se com as nádegas da mulher. Gritou “Vou gozar”, e antes que M. anunciasse por completo o ápice, o estampido, e a última imagem vista, fixada na cabeceira da cama, um fragmento de seu cérebro.Depois, apenas o corpo arremessado sobre M.
(M. de Moura Filho)
Extraído do blog Confraria Tarântula