
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Do "blog" deixado por Paulo Mendes Campos (atualizadíssimo)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008
LUIZ CORREIA
INTERVALO
"Stop!
O automóvel parou
Ou foi a vida?"
Só intervalo pulsando
no meu peito
onde o vento bate forte
estremecendo
a vida
subindo nas ondas
esmurrando tantas vezes
o meu peito
e minhas mãos tocando os seios
das ondas que gozam na areia
Recreio na praia
godivas na areia
fio-dental no rego da sereia
Atalaia
farol cortando solidão e distância
milhas
mira
o sol entre dedos
quebrando a luz
cacos afiados sangrando corpos
seminus
entregues ao verão.
Intervalo
vale pedaço do tempo
rasgado pelo vento
cego de tanta areia
sombra de ilhas
barracas
janelas abertas ao oceano
mesas bebem cerveja
concentração tribal
sussurros de amor
beba uma música
babe um beijo
todo gesto medido
olhares ficam perdidos
nada comprometido
amar é ficar
Passos, olhares, sedução
o melhor caminho está
em direção ao mar
a saia menor que o passo
o biquíni maior que dunas
enterrando minha imaginação
enfim um sorriso de calcinha
rápido no cruzar de pernas
lento o destino
à beira do mar
à beira de mim
espera
uma é pouco
duas é bom
três é dez mais
nenhuma é o preço
mais caro do intervalo.
f wilson
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
PETER FRAMPTON - FINGERPRINTS (2006)

Na maioria das vezes a gente ia para minha casa, onde no meu quarto acústico eu tinha um “som” Gradiente que, para capturar ressonâncias "palpáveis" aos nossos ouvidos, eu trocava a agulha magnética após nossas sessões de rock.
O álbum “Alive” pertencia ao Cortez, cada um de nós tinha uma fita cassete copiada desse disco, com chiado de arranhões e tudo, mas a preferência era pelo disco, cuja capa, que se abria como um álbum fotográfico, com tantas fotos dos componentes que formavam o grupo de rock do Frampton, era para nós um vídeo. Comentávamos a capa-vídeo como se estivéssemos assistindo ao show: a marcação meticulosa do contra-baixo, a artilharia da bateria e a fragância do teclado e a slide Guibson do Frampton, uma força divina com poderes diabólicos que nos passava o efeito da música imortal. Massa!
A gente escutava outros discos, muitos: Santana, Hendrix, Stones, Lou Reed, Eric Clapton, Black Sabbath, The Who, Led Zeppelin... A maioria era comprada, outros discos a gente pedia emprestado às patentes do rock da época: Leonam (L. de Moura Filho) e João Luís Rocha do Nascimento.
Procurei meus contatos na internet para postar aqui “Peter Frampton Álive” e não encontrei. Mas conheci essa maravilha: “Fingerprints” de 2006, totalmente instrumental, a bela voz de Peter Frampton é compensada por solos magníficos da sua guitarra. Vale a pena ouvir.
Baixar pelo link:
http://www.megaupload.com/pt/?d=YLESX8FS
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Frases do presidente Lula

"Para a NASA, o espaço ainda é alta prioridade."
Postado por Pryscila Vieira - diretamente da redação do País da Piada Pronta.
pryvieira@yahoo.com.br
ELAS

Amo tua respiração em minha nuca,
Teus dentes mordiscando meus ouvidos,
Dou, então, a ti,
os meus gemidos,
Adoro quando beijas o meu corpo,
Amo quando externas teus anseios,
Dou, então, a ti,
os meus seios
Deliro quando dá-me tua língua,
E lambes cada poro, cada greta,
Dou, então, a ti,
minha boceta.
Amo quando invades meus segredos
E violas o meu corpo nu
Dou, então, a ti,
meu cu!
Deamaris Regina D'Ambrosía
DESENHO DO CONTORNO DA CALCINHA
Desenhar o contorno da calcinha
Com teus dedos e com tua boca,
Depois puxar docemente o elástico,
Deixar o tecido suave na carne penetrar,
Dividindo no meio a minha flor,
Que fica molhada a esperar
Tua língua faminta que vai rompendo o que for
Na busca de um caminho
E na calcinha, um cantinho
Pra tua língua enfiar...
O tecido pequenino
Atochado no rabinho,
Pressiona, como numa massagem
A tua língua, no meu ânus, devagarinho...
Enquanto chupas com jeitinho,
O tecido que raspa no grelinho,
Me alucina de tesão!
E eu peço, ensandecida,
Que me preenchas logo com tua vara,
Que pare essa tua lambida,
Pois meu gozo vem em seguida.
Caio de boca no teu falo,_
Quero que gozes em minha cara!
Enfies bem fundo a tua vara!
Me chames de puta e de vadia!
De cachorra, de devassa e libertina!_
Beijes, libidinoso, a minha boca,
Não quero mais ser certinha!
Mistures de forma muito louca
A tua porra e a essência minha!
Marlene C. N.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Beto Guedes - Contos da Lua Vaga

Tempo de poesia
Encontrei teus olhos
Na idade abc
Pintei inocência na agenda
Rabisquei nossas diferenças
Guardei tuas curvas
Na idade dos sonhos
Na agenda um dedo de seda
Inda caricia seio em botão
Deslizei nos teus hormônios
Na idade da volúpia
Páginas de gemidos
Incontidos nos revelaram
Agendei-me na tua vida
Na idade da razão
Como raízes a dobrar
A pele da nossa sina
F Wilson
sábado, 18 de outubro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Western


Foi Leonam (L. de Moura Filho) quem começou (entre nosso grupo) postando filmes, com seu verbalismo estilístico, sintetizando a fita, elogiando ou caceteando produtores.
Poesia de todo dia

(Dedico este poema para o tarântula J.L. Rocha do Nascimento, que também é poeta)
Tráfico
Nenhuma Ação mais
Miséria trágica
Procurou o purgatório
Restou sonhar
Sobre colchão vazio
Se o sonho fosse verdade
A noite seria uma mentira
Acordou subitamente
Honesta, a luz o fez
Largar suas valiosas Ações
Flagradas na fronteira
Com a realidade.
Se a vida fosse mentira
A morte não seria verdade
(Encontraram-no com um tiro na testa
na manhã seguinte
quando a Bolsa voltava a cair).
f.wilson
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Tempo de poesia

Virgem (viagem) ao som de um piano
Dedos hábeis tocam
o útero da noite
O canto blues rasga
o lençol da noite
Dois dedos de sentimento
articulam dó maior
Duas teclas do piano
traduzem dor maior
Acordes de guitarra
graves curvas do teu corpo
no triângulo acústico dedilho
negros fios de uma canção
Podia ser Frédéric Chopin
perseguindo esse blues
ninguém mais, além de mim
perseguindo teu amor.
F. Wilson
Airton Sampaio Blog

BURREOLOGIA
Disseram os comuni$ta$ que a solução era Estado Máximo e Mercado Mínimo: deu Cuba. Disseram os neoliberai$ que a solução era Mercado Máximo e Estado Mínimo: deu Wall Street. A saída? "Não tive filhos; não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria..."
Do blog: Airton Sampaio Blog
domingo, 12 de outubro de 2008
Na sala de aula

Este blogueiro e suas crianças: Antonio André e Antonio Aurélio(afilhado do tarântula J.L. Rocha do Nascimento), em casa.
Criança na Sala de Aula
O professor apita
A criança dança
O dicionário grita
A poesia canta
Estudar uma lição
Olhos e dedos apertam mãos
Decorar uma lição
Tenham compaixão!
Livro limpo, amaciado
Ato de amor
Livro sujo, espancado
Ato de predador
- Copiar tarefa!
- Professor, um palmo de quadro
não é latifúndio suficiente
para plantar conhecimento?
Matar as questões de uma prova
É sair glorificado
Das páginas de um combate
Quem não estudou
Prova da prova crua
Se o texto sai torto embriagado
Foi briga entre dedos e lápis
O menino afia com capricho
A ponta do lápis
Para fazer cócegas no papel
Ensinar é devoção
Aprender, inspiração
O chocalho do silêncio
Faz muito barulho
No pescoço do aluno falador
Para a criança
Lápis de cor salva a Terra
De um desenho trágico
Em sala de aula
O nome de Deus é silêncio
O nome das cores é poesia
O grito das tintas é criança
F. Wilson (professor)
sábado, 11 de outubro de 2008
BLUES


Verdadeiros artistas se revelam na qualidade do trabalho que fazem. Mentirosos "Artistas", músicos da moda, empresários, inspirados no momento tecnológico, fragmentam a música e chutam sons para os diversos setores lucrativos: celulares, mp4, mídia. A Moda tem pressa, mentira também (além de pernas curtas). Assistimos ao público brasileiro hoje sendo enganado com "axe", "forró moderno"(que bosta!), "sertanejo" e outras baboseiras sonoras. Não me venham com o "questão de gosto não se discute"!
http://www.4shared.com/file/65381772/6ff51b31/Dave_Specter__Lenny_Lynn_-_Blues_Spoken_Here.html
Lula diz que baixa MP3 no PC
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Conto pronto: .

quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Adelaide do Julinho

Estes poemas vão para Xico Sá, Luiz Roberto Guedes e Rodrigo de Souza Leão (Mamãe, não leia, por favor)
1.
Bebeu muita vodka orlofe,
2.
"Ai" - Diva gritava em falsete:
3.
Moça singela, a Catarina
1. segundo o poeta Luiz Roberto Guedes, "o limerick é um poema popular, basicamente oral, de tradição inglesa, cuja temática, dixit Glauco Mattoso, oscila entre o nonsense e o escatológico. Foi introduzido no Brasil, no final dos anos 70, pelo poeta, escritor e letrista Braulio Tavares, nas páginas então avulsas do Jornal Dobrabil, do próprio Mattoso, que também lançaria os seus Limeiriques (Edições Dubolso, 1989)". (...) "Algumas autoras de livros infanto-juvenis vêm usando essa forma poética para fins didáticos, mas limericks são mesmo os jogos florais do baixo calão e do bom humor";
2. conforme Barros Toledo, "quanto ao abrasileiramento do nome, trata-se dum trocadilho proposto por Braulio Tavares, aludindo ao lendário 'poeta do absurdo' Zé Limeira, popular no nordeste";
3. ganhei a aposta
................................................................................................................
carreira solo
"Voa, pombinha branca, voa":
cantando no chuveiro,
o menino não deixa
a pomba em paz.
instinto selvagem
na penumbra, sem calcinha,
cruzo as pernas, que gracinha:
acendi o lanterninha
sacanário
na sua língua do p
a festa do meu ponto g
(o segredo da alma é o negócio)
azáfama
assim sim ai mais ah ah ah a-hã hmmm
aí oh oh uh tudo joão carlos
(o nome dele era luiz fernando)
Adelaide do Julinho. Viúva. Do lar. Vive discretamente em Belo Horizonte, Minas Gerais. Musa de quatro importantes personalidades do cenário nacional (um poeta, um escritor, um músico e um político — de direita). Tem poemas traduzidos para o inglês, francês, italiano, alemão, espanhol, albanês, latim, romeno, entre outros. E continua inédita. Se pudesse escolher, preferia ser a Gisele Bündchen, com um pouco mais de bunda.
Extraído do blog Escritoras Suicidas
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Poesia de todo dia

é preciso, jack
perícia
para o corte certo
precisão cirúrgica
conhecimento de causa
anatomia do efeito
cortar o âmago
afastar o ego
extirpar nervos
: da pele do apelo
ao útero do tédio
estripar
órgãos do medo
rasgar o nó — górdio —
da garganta
mutilar a face do ódio
sangrar
seus sórdidos disfarces
é preciso, dear jack
conter impulso a tempo
enquanto abertos
todos os segredos
[vá por partes
dispondo em postas
o adverso]
domingo, 5 de outubro de 2008
Na sala de aula

PEREBA NÃO FAZ MAIS GOL
Era a grande final do campeonato futsal da escola naquele ano. Os alunos chegaram cedo para garantir lugar nas arquibancadas da quadra de esportes. Mesmo antes do jogo, às nove da manhã, torcidas de todas as salas e séries, ruidosas, faziam valer o “grito-de-guerra” do time com bandeiras, apitos, tambores e músculos de emoção. Parecia torcida de um só time, do Oitava-B, não fosse uma dúzia de fiéis torcedoras da sala do Sétima-A. - uma minoria irritando o instinto imprevisível da turba. Se a torcida nos intimidava estrepitosamente, no jogo a nossa resistência seria subjugada ao opulento time do Oitava-B que se consagrara bicampeão do torneio intermunicipal de escolas. Invicto, tornara-se o orgulho da escola. Daí o motivo da algazarra da torcida não admitir nosso time enfrentar de igual por igual o bicampeão.
Eu era o treinador do Sétima-A, “a próxima vítima”, diziam. Na concentração esperávamos os goleiros, o primos Gato Félix e Dodô, quando fomos informados que o avô deles tinha morrido e que não iam jogar. E agora, só tinha um jeito: procurar o Ícaro, ele devia estar nas arquibancadas. Ícaro tinha fama de frangueiro, mas era um bom goleiro, e também um pequeno azarado no futebol.
Eu estava na arquibancada, calado, Juliana segurava meu braço, estava nervosa no meio daqueles alunos todos hostilizando nosso time. De longe vi Peteca me chamando. Foi quando o Oitava-B entrou em quadra, uma gritaria infernal fazia vibrar a estrutura sob nossos pés. Segurei a mão de Juliana e saí correndo em direção ao vestuário do Sétima-A.
Enquanto me trocava, vestia as luvas e outros acessórios medievais de proteção. O professor Ivonildo, nosso treinador, me orientava sobre a responsabilidade da minha posição. Deus, as regras, o juiz, os bandeirinhas e a própria torcida encorajam o goleiro destemido; o goleiro abatido é logo entregue ao diabo. Fiz que sim com a cabeça, eu sabia disso, e ia utilizar-me dessa proteção para uma desforra.
-- Ah, esqueça sua rixa com o Pereba, não deixe um ressentimento antigo jogar contra nós.
Seu Ivonildo sabia nos converter das besteiras que poderíamos fazer em jogo, o que comprometeria todo o grupo, todo um trabalho que ele fazia com êxtase. Pereba era bom de bola, artilheiro, ídolo da torcida, bajulado pelas meninas, e só. O resto era lixo, péssimo aluno, estéril nas provas, insubmisso, encarava os professores mediocrizando-lhes do salário, dizia que ele ia ganhar muito dinheiro no futebol sem precisar aprender aquelas fuleragens em sala de aula.
Do vestuário para a quadra, ainda no corredor de saída para a “arena”, Juliana me parou.
-- Vai não, eu escrevo de novo aquilo que apaguei na parede do seu quintal.
Olhei Juliana, os lábios dela estremeceram, mas não chorou.
-- Nós vamos ganhar, vou pegar todas as bolas, você vai ver.
Quando vi o Ícaro entrar em quadra, um dissabor enorme se apoderou de mim, como um fio descascado me chocasse tirando minha alegria do momento. Gritei tanto pelo Ícaro. Ícaro! Ícaro! ícaro! Meu filho, volte! Mesmo uma voz de diretora de escola ficaria inaudível em meio a empolgação fanática da torcida que se multiplicava em pancadas sonoras. Alunos, a maioria adolescente, festejavam uma vitória antecipada do time que adoravam. Gritavam destrutivamente em coro para o conhecido goleiro, que o treinador havia improvisado: FRANN-GUEEI-RO! FRANN-GUEEI-RO! GRANN-GUEEI-RO!
Mas levantei os olhos e vi o Ícaro altivo, no meio da quadra, impassível à gritaria, articulado no exercício que antecede ao jogo. Seus braços longos, ágeis, recebendo as bolas chutadas pelos companheiros de equipe, se preparando para recepções imprevisíveis na sua área durante partida. Perguntei-me onde ele arranjara tanta coragem? Decidi, naquela hora, acreditar nos reflexos sobre-humanos – ele ia precisar - de um goleiro que os alunos chamavam de filhinho da diretora.
O time do Oitava-B agregava os melhores jogadores, alguns deles eram nossos amigos na escola. Maradona, Jacinto e Batatinha jogavam com profissionalismo, respeitando o adversário. Os outros tinham características diferentes, cada um a sua maneira: Cacau era zagueiro, não jogava, dava pancada; Pereba era atacante, trocava tabelinha com Chulé, seu fiel escudeiro. O goleiro Sebim era o mais velho do time e já treinava nas categorias de base do Flamengo do Piauí, sonhava jogar no Albertão, lotado de torcedores em domingo de rivengo.
O Sétima-A chegou a final também invicto, era um time coeso, suntuoso, humilde. Nossa faixa de idade era de doze-treze anos, meninotes com os primeiros pêlos no sovaco. Zé Filho era zagueiro e exercia natural liderança; Brasil, Careca e Punheta faziam o ataque. Torino e Qualhada eram inconstantes, às vezes jogavam bem, outras, a gente se desdobrava para compensar as falhas deles. Eu era o goleiro titular, mas desafetos com Pereba (ele havia me intimado a lhe passar respostas do provão da escola e eu me recusei), temendo represálias em jogo (Pereba tinha físico compatível com sua ignorância, ou burrice), o professor Ivonildo resolveu me afastar do time.
O clima estava tenso, a torcida não dava trégua. Do outro lado da quadra o Oitava-B ressoava, mordaz, vitória certa. O professor Ivanildo nos transmitia tranqüilidade e realidade:
-- Não há vitória antes do jogo, mas eles têm três vantagens na nossa frente: jogam pelo empate; a balbúrdia da torcida e duas estrelas no peito.
Quando o juiz apitou, um chute furioso de Pereba, do meio da quadra, acertou minha trave. Tremi abraçado aos ferros da trave. A torcida veio abaixo.
Em cinco minutos de jogo a torcida se calou. Arremessei a bola redondinha aos pés de Careca que, num drible desconcertante, deixou Cacau de bunda no chão. Aí tocou para o Punheta, livre na esquerda - correndo feito bailarino contando passos - que acertou um bico na cara-da-bola: um chute fulminante. Um a Zero.
Batatinha dizia para eu tomar cuidado, Chulé e Pereba estavam pintando sujeira para mim. Fiquei atento. Mas os dois eram artistas. Bola alta na área, Chulé me empurra por trás, desloco Pereba da cabeceada e Batatinha faz o gol: um a um. A torcida vai ao delírio.
Nosso time, antes modesto, tornava-se majestoso. O toque de bola gracioso e preciso aos poucos contagiavam parte da torcida a nosso favor. Finalzinho do primeiro tempo, numa jogada ensaiada, Zé Filho saiu da zaga em disparada para receber minha bola na entrada da área adversária. Calculei o peso do arremesso e a bola pingou na cabeça dele direto para o fundo da rede. Sebim ficou nadando no cimento. Era dois a um.
Vaaaaaaaleeeeeendo torcedores dessa graaaaannnnde comunidade do Bairro Porto Alegria, quem vós fala nessa rádio comunitária líder de audiência é o humilde Jorge Cury, o Jorginho, que tanto acredita na força do trabalho dessa gente querida, dessa gêêêêênnnnn... um momento pessoal, o surpreendente time do Sétima-A vai com tuuuuuudo no ataque, esse menino é noooosssoooo, é um gênio, um Pelé, faaaalo do habilidoso Careca que passa a bola redondinha para o Punhe...- garoto que corre - ÊPA! um chuuuuuuuutaaaaaaaaçoooo e é gooooooooollllllllllllllllll!!!!!!!!!!!!!!!
Tééééééééééérrrrmina o joooooogoooo, torcida amiga, não de mais um campeonato da nooooosssssaaaa querida escola do bairro, mas de um caaaaaammmmmpppeeeeonaaato para ficar na história das nossas vidas, de nossa família, de noooosssssaaaaa coooomunidade. Consagra-se campeão o belo time da séééééééétimaaaaaa séééérie, registramos os nomes dos heróis dessa disputa aaaaanimaaaadííííííííííiííssssiiiiima, entre aqueles que defenderam a hõõõõõõõõnnnnrrra da turma dessa sala da escola estão o gôôôôôlêêêêêêêiiiiiiiro Ícaro!!!!!, o maaaaataaaaadooooor Careca!!!!!!, o volante Braaaaasil!!!!! e...ele, o artilheeeiiiiiroooo maaaiiiior: Puuuuunhêêêêêêêêêtaaaaaa!!!!!!!!, o futuro craque da seleção brasileira de futebol! Mêêêêuuuuuusss irmãos, mêêêêuuuussss queridos torcedores, Péééééréééééébaaaaaa não é maaaiiiisss aquele, não faaaazzzz maaaaiiiiissss goooollllllllllll!!!!!!!!!!
Francisco Wilson
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Conto
A ÚLTIMA CEIA