sábado, 13 de dezembro de 2008

Cinqüenta anos

(Foto: Arquivo do Emerson)

Para Mônica Almeida
Não tenho o hábito de manipular palavras para o próprio umbigo. Não tenho muitos atrativos físicos e nem experiências tremendas pessoais para ser espelho de ninguém, aliás, esta bobagem de alguém ser espelho de outro alguém não cabe mais nem em encontro de casais.Sei, apenas, que sou um homem comum, nada mais. Não tenho, também, grandes legados e os filhos que ajudei a gerar, hoje estão no contraponto. Tenho, ainda, poucos amigos, escrevi poucos poemas e andei flertando com meia dúzia de mulheres anônimas. Quanto aos inimigos, antes que o leitor curioso indague, também, acho que tenho poucos.Mas neste onze de dezembro chego aos cinqüenta anos. E isso é o que importa. Sou de uma geração que impuseram um “brancão” nos anos que sucederam ao meu parco nascimento. Por isso, que passei um quarto de vida descentrado mesmo e sem radicalismos pulsantes. Todavia escapei do alcoolismo e da tuberculose mórbida e enveredei pelo magistério, minha mais atrativa praia, onde fui um meio militante sindical e político, mas sem esquecer a integralidade de professor de sala aula. Ainda bem, pois a mediocridade dos que andavam de lado, acabou borbadeando a esperança e a ideologia das frontes alevantadas entre feixes e foices extraídas das canções das selvas e dos guetos urbanos sob a batuta do velho Leon.Porém nesta data estou feliz e é conclusão visível que capto agora no olhar deste colibri azul que me acompanha e me tolera sem contrapartidas. Assim continuo a ter os mesmos princípios comungados de outros tempos e locais. Torço pelo mesmo time, quem transformei em meu quinto sentimento durante este ano. E me dou o direito de não declinar os quatros sentimentos anteriores que carrego a sete chaves, sete ventos, sete perfeições.E, enfim, os cinqüenta anos que comunico agora, assumem ainda, proporções de querer e causa simultaneamente, de porvir que visceja estampado no umbral da próxima esquina, local ameno de rumorejar auroras e choro de bebê ao lado.Sou mais um novo cinquentão agora.
(Extraído do Blog Legal)
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Conheci o poeta Emerson Araújo já neste ano, mais através do que ele escreve nos blogs do que pessoalmente, quando trocamos meia dúzia de palavras num encontro surpresa que marcou aniversário do tarântula L M Filho, no apartamento do J L Rocha do Nascimento.
Devo dizer que este ano ganhei musculatura literária que há tempos não via, tudo por conta da aproximação dessas amizades que andavam um tanto esquecidas, das idéias e estilos escritos nos blogs que me habituei a visitá-los diariamente. O do Emerson Araújo é um deles.
Parabéns, poeta!

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