(René Magrite, A modelo vermelho. Pintura de 1935)
"Numa história policial, permitam-me repetir, sabemos da ocorrência do crime, conhecemos a vítima, mas não sabemos quem é o criminoso. Neste crime perfeito todos saberão logo quem é o criminoso e terão que desobrir qual é o crime e quem é a vítima. Eu apenas mudei um dos dados do teorema."
"Quem é o criminoso, afinal?", pergunta Voos.
"Eu", diz Winner.
. . .
"Uma porcentagem imensa de escritores escreve sem ter noção exata do seu ofício, por isso existe tanta porcaria disfarçada em literatura. Agora, nós que já ensinamos literatura - não importa que tenha sido num colégio secundário de Newton, Massachusetts, como eu, ou em Princeton, como o verdadeiro Winner -, nós sabemos o que estamos escrevendo, mesmo quando é também uma porcaria."
Rubem Fonseca no conto "Romance Negro"
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