quinta-feira, 10 de julho de 2008

Na sala de aula

DIA DE PROVA


Hoje é dia de prova na escola e todos os alunos ficam nervosos, até mesmo os mais confiantes – os cdf’s. Eu não, eu fico excitada. Hoje mesmo já me masturbei duas vezes, uma durante o banho da manhã, outra dentro do ônibus, sentadinha, ao peso dos livros que estudantes colocavam no meu colo. Isso a caminho da escola. E agora na sala de aula sinto minha calcinha molhada só de ver os meninos e meninas tremendo na expectativa de mais uma prova.
Não sei quem disse que prova é pólvora e que o bico da caneta é ogiva na alternativa de cada questão: errou, dançou. Acho que foi o professor de matemática, ele tem mais pinta de filosofia ou de literatura. A melhor aula que acho é de literatura, mas o professor é muito feio, além de velho. Gosto de professores bonitos, jovens e inteligentes como o de matemática. Hoje a prova é dele, só de pensar meu coração acelera, pode ser da emoção de vê-lo ou do nervosismo que a prova causa. Nesses dias encho os bolsos de lencinhos de papel ou mesmo de papel higiênico, pois vou constantemente ao banheiro desgrudar a calcinha da xoxota, pois tou sempre gozando. É silencioso, ninguém nota, a não ser o chato do Humberto que fica só olhando para mim.
- Acorda, Michele, grita ele. Por dentro eu estou enguando mais do que carro velho com carburador entupido. Depois do gozo tenho vontade de gritar como você é chato, Humberto. Mas não falo nada, apenas encosto minha cabeça no ombro dele e olho para um céu sem lua. Ele é apaixonado por mim mas eu não tou nem aí pra ele, eu gosto mesmo é do meu professor de matemática.
Foi o professor de literatura que falou sobre paixão platônica. Detestei, fiquei envergonhada, pensava que todos estavam olhando para mim. Depois de um tempinho olhei os rostos das colegas e todas estavam vermelhas como pimenta malagueta. Aí foi minha vez de sorrir. Então elas também tinham suas paixões secretas? Olhei para os meninos, tinham a indiferença dos burros. Alguns não estavam entendendo nada, claro, começavam a conversar besteiras e levavam bronca do professor. Bem feito para eles.


Silêncio é misto de concentração e nervosismo, dizem os professores. Tentando aliviar a tensão dos alunos,a pedagoga chega sempre imitando novos métodos encontrados sabe onde. Nesse dia ela chegou na sala mastigando chocolate, falando chocolate, segurando chocolate e gozou lambuzando a sala inteira de chocolate. Aquilo tirou minha tesão, pois me preparava para a prova, ou melhor, a excitação da prova já havia umedecido minha buceta e a calcinha estava ensopada, qualquer movimento de perna ia me fazer gozar a melhor hora. Adoro chocolate, mas depois de um orgasmo. Agora vou ter que mexer o dedinho no clitóris para recuperar o desejo perdido. Tudo bem, basta deslizar um pouquinho o zíper da calça. Ninguém vê, pois estou sentada junta à parede da sala, sou a terceira da fila. Tenho uma prática muito discreta nisso. Meto entre o zíper somente o dedinho que acaricia o clitóris molhadinho. Os outros dedos sobre a mesma mão seguram o estojo de lápis. O professor de matemática nem percebe, e na hora que vêm o gozo olho firme para os olhos verdes dele, parece uma eternidade, mas não dura mais do que dez silenciosos segundo de estocadas orgásticas. Depois fecho os olhos para mais alguns segundos de prazer. Nem percebi quando ele chegou perto de mim.
- Tudo bem com você? Perguntou ele, pegando minha mão esquecida sobre a mesa, molhada de vagina.
- Nada, não, professor, caiu um cisco no meu olho e tá lacrimejando.
Ele se afastou, cheirou os dedos, e ouvi-o falando em pensamento: “parece lágrimas de prazer”.



F. Wilson

Um comentário:

J.L. Rocha do Nascimento disse...

e esses poetas agora deram de escrever contos?!