quinta-feira, 31 de março de 2011

A poesia é necessária

(imagem: arquivos google)
Um poema de Salgado Maranhão


Legenda gris

Outra lua se arma
nas esquinas –
                     gris
-- rasgada a sangue
e fuligem.

Outra luz fendida
em meus afluentes
       cedilha
na noite interdita.

E gane à foz
                 do esgano
que a cidade acidula.

Ícones de cera
                    acercam
a metrópole das imagens,

no estábulo do mínimo/
máximo,

paralelos enredos
reescrevem o caos

Passam latas voadoras
passam fantoches insignes
passa a manhã de raspão

no chão que a noite rubrica
suas estrelas de sombras


Salgado Maranhão. In: A cor da palavra. Rio de Janeiro: 
Imago/Fundação Biblioteca Nacional, 2009. Págs: 263/264.


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