quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Erótica

(imagem - web)

Sexus
 
Sinto que a emoção sopra no buraco da sorte
em busca do momento perfeito
mais rápido do que o cruzar de pernas
no sorriso da calcinha

Lembro da Amanda,
vida via dourada
namorada apaixonado do vento a empoeirar
gramas de beleza pela rua
(quem era eu a persegui-la
na tentativa
de colher um fio perdido do seu cabelo)
era 1975
dez anos
antes
trancinha era seu cabelo de menina
que se desfez em transa
penugem feminina
relva abrindo em flor
orvalho em dia de calor

canal do tempo
tela corpo belo
pele branca
buceta preta
corte aberto
hora incerta
sexo quente
goza lento
cospe dentro
 

me’spe...ra...
anda...sua puta!
 

Amanda correndo
suculenta
grito puro:
me’spe...ra...

outra volta
no teu corpo Amanda
qual descompasso avança
sobre coração emocionado?
extremidades exterminam razão
na superfície da tua pele
dez pontas de dedos
mergulham no desejo
fagulhas que tu chamas
quantos quilômetros de pêlos
hei de atravessar
quantos dias quantas noites
em tua perseguição
para jorrar dez milhões de esperma
dentro do teu útero divino

a vida solavanca nesses rios
onde nossas veias se encontram
amor, sexo, amor, sexo, amor, sexo...

pre...
        enche
pre...
        nhe

fornalha
úmida

côn cavo
        con vexo
côn cavo
        con vexo
côn cavo
        con vexo
côn c...
....... ahhhhhh!


me'spe...ra...
anda...sua puta!


Amanda, onde estás?
o tempo voraz lambeu
o doce que tinhas na pele
e o perfume do desejo
secou nas pétalas de uma flor
socada entre tantas páginas
dos contos pôrnos do Henry Miller
ensurdecidos dos teus gemidos
engessados de tantas quedas
jogados da cama enlouquecida.

F Wilson

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